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Detidos em Tete supostos vendedores de órgãos humanos

Cinco indivíduos estão detidos desde o passado dia 17 do mês em curso na cadeia provincial de Tete, indiciados do crime de assassinato e extracção de órgãos humanos para a sua posterior comercialização.

O facto ocorreu em Abril último, em Furancungo, sede distrital de Macanga, onde os referidos indivíduos teriam sido surpreendidos em flagrante delito pelas forças policiais na posse de alguns órgãos genitais e maxilares humanos que alegadamente pretendiam vendê-los, segundo reporta o diário Notícias de Maputo.

O porta-voz da Procuradoria da República na delegação de Tete, Jeque Costa, é citado por aquele matutino a dizer que, tanto o material do crime (órgãos humanos), como os respectivos processos-crime, estão na posse daquela instituição de administração da Justiça desde o passado dia 17 do mês em curso, enviados do distrito de Angónia para onde o comando distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) de Macanga havia os encaminhado para mais investigações.

A fonte do Notícias revelou que os detidos teriam já confessado que em Abril último, nas margens do rio Phonfi, que separa os distritos de Macanga e Angónia, do lado deste último, teriam encontrado um indivíduo do sexo masculino a tomar banho, tendo o assassinado e posteriormente extraído os seus órgãos genitais.

Acrescentou que, uma vez consumado o crime, os mesmos teriam viajado para Furancungo, sede distrital de Macanga, alegadamente à procura de um eventual comprador por um valor monetário de um milhão de meticais.

“Para o azar deles, quando estes estavam a entrar em Furancungo foram interpelados por elementos da PRM que estavam a efectuar o seu trabalho rotineiro de patrulha, e que ao revistá-los descobriram que eram portadores de alguns órgãos humanos, facto que ditou a sua detenção imediata”, explicou Jeque Costa.

Entretanto, uma fonte do Comando Distrital da PRM em Macanga, ontem contactada pela nossa Reportagem, disse que depois das primeiras investigações aturadas, os indivíduos ora detidos teriam confessado que, fora dos órgãos humanos encontrados na sua posse, tinham outros conservados num congelador médio na residência de um dos presos.

“Eles afirmaram nos interrogatórios que pretendiam os vender a um cidadão zambiano. No entanto, nas buscas que efectuámos não conseguimos, até ao momento, neutralizar o referido zambiano”, disse fonte policial, em Macanga.

Em Macanga, de acordo com a mesma fonte, são reportados frequentemente casos de corpos humanos encontrados no interior do distrito sem os respectivos órgãos, particularmente dos genitais, maxilares e olhos sem que no entanto os seus autores sejam encontrados.

“O congelador que conservava os órgãos está aqui na Procuradoria na nossa posse porque faz parte do processo e os órgãos humanos já efectuamos a sua entrega ao Hospital Provincial de Tete. Entregámos à Saúde um jogo de testículos, um pénis e dois maxilares, sendo um superior e outro oposto”, disse Jeque Costa.

As autoridades do hospital provincial, estas não confirmaram a recepção dos referidos órgãos acrescentando que “talvez ainda estão a caminho do hospital porque, até hoje, quinta-feira, não recebemos esses produtos”.

O Notícias afirma ter tentado falar com os acusados, facto que não foi possível porque, de acordo com o porta-voz da Procuradoria Provincial da República, o processo ainda está na fase de instrução.

“Estamos na fase de sigilo da Justiça e a entrevistar o principal autor do crime, precisamente a pessoa que matou a vítima, podemos fazer desaparecer mais dados e outros implicados no crime”, disse Jeque Costa, acrescentando que “só para ilustrar, até hoje não encontramos o suposto cidadão zambiano indicado no processo como o interessado na compra dos órgãos humanos”.

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