A Agência para o Controlo de Narcóticos (NCB) deteve, terça feira, em Nova Deli, capital indiana, duas moçambicanas, em conexão com o tráfico de sete quilos de heroína, avaliada em 70 milhões de rupias (cerca de 37,5 milhões de meticais) no mercado internacional.
Segundo o jornal electrónico “Thaindian News”, citando a agência noticiosa indiana (IANS), para além das duas moçambicanas, o grupo inclui cinco nigerianos e uma tailandesa. As duas moçambicanas foram identificadas como sendo Maria Luísa, 26 anos, e Isabel Bonifácio (26), enquanto que a tailandesa foi identificada apenas com o nome de Supattra, 24 anos.
Os cidadãos nigerianos são Jude Chidiebere, 26 anos, Solomon (27) Goson Augustine (33), Godfrey (28) e Vincent (25). Os suspeitos traficantes foram detidos em Santgarh, na região de Tilak Nagar, a oeste da capital Nova Deli, tendo sido apreendidos sete quilos de heroína proveniente de outros países asiáticos. Esta é a primeira vez que as autoridades indianas detêm um número considerável de estrangeiros, em Nova Deli, em conexão com o tráfico de drogas.
“O modus operandi do sindicato consistia em dissimular as drogas em malas e no interior de artigos de uso diário e depois despachar a carga para vários destinos na Africa do Sul, Austrália e Europa, usando mulheres sul-africanas, tailandesas ou nigerianas como correio”, explicou o director da NCB para a região de Nova Deli, Sandeep Mittal.
Enquanto isso, a detenção das duas moçambicanas em Nova Deli, deve servir de um alerta para as autoridades do nosso país, pois o tráfico de drogas é punido com a pena de morte em muitos países asiáticos, entre os quais a Índia. É preciso que as autoridades moçambicanas expliquem aos potenciais traficantes no nosso país que esta actividade é considerada um crime grave e passível da pena de morte na maioria dos países asiáticos.
Aliás, mesmo os países com uma maior musculatura diplomática e financeira, incluindo os EUA, têm sido incapazes de impedir a execução dos seus cidadãos nos casos relacionados com a posse e tráfico de drogas nos países asiáticos. Isto não quer dizer que as cidadãs moçambicanas, actualmente detidas na Índia, serão executadas.
Na verdade, a Índia parece estar a caminho de abolir a pena de morte para todos os crimes, facto que se baseia com a redução dos casos de pena capital durante as ultimas décadas. Segundo a Rede Asiática Contra a Pena de Morte (Anti-Death Penalty Asian Network – ADPAN), na qual a Amnistia Internacional está filiada, existem 16 países asiáticos que ainda aplicam a pena de morte para os casos de posse e tráfico de drogas, como forma de tentar desencorajar esta prática.
Este grupo de países inclui o Bangladesh, Brunei, China, Índia, Indonésia, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Laos, Malásia, Birmânia, Paquistão, Singapura, Sri Lanka, Taiwan, Tailândia e Vietname