A Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a mais antiga instituição de ensino superior em Moçambique, tem em vista a construção, a breve trecho, de um novo complexo pedagógico, o segundo no seu campus localizado na capital do país, Maputo.
O objectivo é minimizar as necessidades de espaço tanto às novas admissões quanto para aliviar a pressão sobre as salas. A instituição recebe, todos os anos, um universo estimado em cerca de 30 mil candidatos para a admissão nos variados cursos que ministra, mas a sua capacidade de oferta, em termos de vagas, não vai para além de quatro mil.
“Achamos que com a infra-estrutura criada, poderemos minimizar as necessidades em termos de espaço, uma vez que recebemos recentemente novos edifícios para os departamentos de ciências biológicas, de matemática e informática”, disse o reitor, Orlando Quilambo, apontando que, nessa altura, o universo de absorvidos aumentará para cinco mil candidatos.
Segundo Quilambo, que falava na Reunião Anual da instituição de ensino superior, havida hoje em Maputo, a questão das infra-estruturas continuará a desempenhar um papel importante, porque o desiderato é responder melhor e positivamente ao interesse dos candidatos interessados em frequentar a UEM.
O informe anual é uma comunicação do reitor à comunidade universitária e aos parceiros de cooperação nacionais e internacionais, no qual ele presta uma informação global sobre o desenvolvimento da universidade.
No informe, Quilambo debruçou-se fundamentalmente sobre as realizações e conquistas da UEM assim como as perspectivas e desafios para os próximos anos com maior realce para a formação, a nível de mestres e doutorados, e intensificação da investigação destinada a resolução de problemas do domínio do desenvolvimento.
O reitor destacou, a título ilustrativo, que a UEM concluiu, com grande êxito, a implementação do reajuste curricular em maior parte dos cursosi ministrados, estando todos eles alinhados actualmente com as grandes necessidades nacionais e regionais.
Porém, segundo a fonte, a universidade considera não ser esta a parte final do processo de reajuste, porquanto durante o ano em curso procederá a uma reforma curricular com vista a introduzir novos cursos assim como a sua diversificação.
No capítulo da investigação, área privilegiada pela UEM, a instituição conseguiu angariar projectos de investigação que contribuíram para a formação de docentes a nível do mestrado e doutoramento, mas também à resolução de alguns problemas reais da população.
Todavia, a investigação continua ser um grande problema pelo facto de continuar a ser muito dependente do financiamento externo, e perante esta situação o desafio e perspectiva da universidade é multiplicar os esforços no sentido de angariar parceiros que podem auxiliar nesse domínio.
A nível da extensão universitária, a UEM, segundo o reitor, continua a prestar os serviços a várias partes da sociedade, nomeadamente os municípios, instituições que também precisam dessa prestação, daí haver ganhos significativos assinaláveis conseguidos pela instituição.
No quadro da cooperação, a instituição conseguiu estabelecer relações com muitos ministérios económicos do executivo, mas também estabelecer acordos de cooperação com muitas novas universidades quer a nível nacional quer internacional, feito que permitirá, nos próximos anos, ganhos sobretudo nas áreas da formação a nível de mestrado e doutoramento.
Estas e outras realizações levaram Quilambo a afirmar que “a universidade respira uma óptima saúde académica e continua a receber enormes contingentes de candidatos que pretendem entrar, mas nós não temos capacidade para os absorver”.
No capítulo da expansão, em termos de escolas, a universidade tem em vista a abertura de mais centros de recursos capazes de ajudar a resolver os problemas nas regiões, onde estão os recursos naturais, fundamentais para o desenvolvimento do país.
A par do ensino presencial, a outra aposta da UEM é a multiplicação de esforços no sentido de concretizar o ensino à distância visto como alternativa que não permitirá obviamente, chegar a todas as 10 províncias, mas conseguir graduar indivíduos que se encontram nesses locais.
A UEM está representada na cidade de Maputo, mas tem também uma escola em Gaza, duas escolas em Inhambane e mais uma na Zambézia.
A perspectiva não é continuar a expandir em termos de criação de novas escolas, mas criar centros de recursos ou centros de excelência em que pode dar o contributo a nível da investigação.
A população estudantil daquela universidade é estimada em cerca de 35 mil estudantes, dos quais a maior parte frequenta cursos de licenciatura, parte significativa a fazer mestrados e entre 70 a 80 estudantes o nível de doutoramento.
AIM