Carros-bomba, atentados suicidas e tiroteios nas cidades do norte do Iraque mataram pelo menos 70 pessoas, esta Segunda-feira (10), em incidentes que reforçam o temor de que o país esteja a mergulhar numa guerra civil sectária.
Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques, mas as autoridades geralmente atribuem os casos de violência a militantes sunitas da Al Qaeda local. Desde meados de Abril, quase 2 mil pessoas já foram mortas. Há cinco anos o Iraque não registava incidentes tão graves entre a maioria xiita e a minoria sunita, que se diz discriminada pelo governo.
A actual onda de violência reflecte em grande parte a guerra civil na vizinha Síria. Eesta Segunda-feira, os ataques alvejaram mercados em duas cidades no norte do Iraque. Mas os insurgentes voltaram a atacar as forças de segurança, incluindo um ataque envolvendo homens-bomba e foguetes contra a sede da polícia em Mosul, matando 24 pessoas, a maioria policiais e soldados.
As cifras mensais de mortos mais recentes têm sido as piores desde o derramamento de sangue visto nos conflitos sectários há cinco anos que mataram dezenas de milhares de pessoas, dividiram Bagdad em distritos baseados em seitas religiosas e levaram o país à beira de uma guerra civil generalizada.
O conflito cada vez mais sectário na vizinha Síria, onde o Irão xiita e as potências sunitas do Golfo apoiam lados opostos, também colocou pressão sobre o frágil equilíbrio intercomunitário e étnico no Iraque.
Revigorado pela revolta maioritariamente sunita na Síria e o descontentamento sunita no Iraque, o braço local da Al Qaeda está a recrutar e recuperar o terreno perdido durante a guerra com soldados norte-americanos, que deixaram o Iraque em Dezembro de 2011.