A Coreia do Norte libertou Terça-feira (21), um barco pesqueiro chinês que havia sido detido a 5 de Maio numa área marítima entre os dois países. A China exigiu uma explicação para o incidente, que havia causado um novo atrito entre os dois países comunistas, que mantêm uma aliança marcada por solavancos.
Jian Yaxian, conselheiro do governo chinês para a Coreia do Norte, disse à imprensa estatal antes da libertação que Pyongyang havia “agarrado” a embarcação particular na costa da cidade de Dalian, no nordeste da China.
O dono do barco, Yu Xuejun, disse a outros meios de comunicação que a Coreia do Norte exigia 600 mil yuans (97,6 mil dólares) para libertar a embarcação e os seus 16 tripulantes.
Yu disse que o barco foi detido na noite de 5 de Maio, e que ele procurou as autoridades chinesas cinco dias depois para solicitar uma intervenção.
A China é o principal apoiante político e económico do regime norte-coreano, mas as relações entre os dois países estão tensas por causa dos testes de mísseis balísticos e armas nucleares que a Coreia do Norte vem realizando, apesar da pressão internacional.
Falando por telefone à Reuters, Yu disse que o seu barco foi libertado na manhã da Terça-feira, sem o pagamento de nenhuma quantia a Pyongyang. “A chancelaria chinesa coordenou-se com eles, então não sabemos de nenhum detalhe até agora”, afirmou.
Hong Lei, porta-voz da chancelaria, disse que a China espera que a Coreia do Norte “investigue totalmente esse incidente, dê uma explicação ao lado chinês e também tome medidas efectivas para evitar uma repetição”.
O caso teve grande repercussão na imprensa e nas redes sociais da China, mas não foi algo inédito. Há um ano, a Coreia do Norte já havia retido vários barcos e seus pescadores durante duas semanas.