Na madrugada desta Terça-feira (14), agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) acompanhados por agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR), dispersaram um grupo de oleiros que se manifestam em Moatize, na província central de Tete, desde o último Domingo (12), exigindo melhores indemnizações da mineradora Vale Moçambique que ocupou as terras onde residiam e de onde retiravam o seu sustento diário.
De acordo com uma fonte no local, citada pela Organização Não Governamental Justiça Ambiental, cerca das 5h da manhã, aproveitando o número reduzido de manifestantes presente no local a essa hora, a PRM e a FIR dispersaram os manifestantes que bloqueavam a linha férrea à saída do Projecto da Vale Moçambique em Moatize após forçarem os mesmos a desobstruir a linha.
Três dos manifestantes foram detidos, entre os quais um cidadão identificado pelo nome de Refo Estanislau que já havia sido detido o mês passado aquando dos primeiros protestos dos oleiros.
A Justiça Ambiental entende esta atitude dos agentes da Lei e da Ordem como uma tentativa de intimidação, repressão e de total violação dos direitos destes cidadãos.
Esta é a segunda manifestação dos oleiros, a anterior aconteceu em Abril deste ano e mobilizou cerca de cinco centenas de cidadão que foram reassentados da sua zona de origem e exigem que a empresa Vale use uma nova fórmula de cálculo de indeminizações que consiste no seguinte: produção anual (102 mil tijolos) x dois meticais (o preço do tijolo) x 50 anos (período de vida que entendem que vão deixar de exercer a actividade de produção de tijolos), contra os 60 mil meticais atribuídos.
A mineradora Vale Moçambique, secundada pelas autoridades Governamentais, consideram este valor exorbitante.