As autoridades moçambicanas estão a procura de investimentos e perícia indiana para ajudar no relançamento da produção do chá no país, cultura que já foi uma das estratégicas no período antes da independência nacional, proclamada há 38 anos.
Com efeito, segundo escreve o jornal indiano “Daily News”, uma delegação sénior chefiada pelo Alto-Comissário de Moçambique na Índia, José Maria Morais, reuniu-se esta Quinta-feira em Calcutá com actores chaves da indústria chazeira indiana, liderados pelo presidente da Tea Board, MGVK Bhanu.
“Moçambique tem um grande potencial”, disse o diplomata moçambicano, acrescentando que existe cerca de 39 mil hectares de antigas plantações de chá, dos quais seis mil estão agora sob uso de privados. “Precisamos de perícia e de investimentos no chá”, frisou.
Nos últimos anos, Moçambique tem estado a relançar a produção de chá, mas ainda sem grandes resultados. O sector debate-se com fracos investimentos, baixa produtividade e dificuldades de aceder ao mercado. Hoje, o chá não figura na lista dos principais produtos de exportação e o país ainda depende muito do chá importado.
Contudo, acredita-se que esta é uma das culturas que melhor poderá impulsionar o desenvolvimento do sector familiar, com a vantagem de poder garantir às famílias ou associações uma renda permanente ao longo do ano, com a venda da sua produção às empresas fomentadoras.
O Alto-Comissário moçambicano na Índia disse que a partilha de experiência e conhecimento no cultivo de chá poderá tornar-se num bom pivô de cooperação entre os dois países, com aquele país asiático a explorar outras vias de investimento na indústria chazeira de Moçambique.
Assim, José Morais convidou os actores da indústria indiana a visitarem Moçambique para explorarem as oportunidades de investimento existentes no país. A Índia é um dos grandes investidores em Moçambique, estando parte do seu investimento concentrado nos recursos naturais.