Na edição 232, de 19 de Abril passado, o Jornal @ Verdade publicou uma reportagem com o título em epígrafe, dando conta de que os meninos Jéssica Rafael e Chica Rafael, de 4 e 8 anos de idade, respectivamente, Afonso Rafael, de 11, e Hermínio Rafael, de 15, na fotografi a ao lado, dirigiam a sua família desde o dia em que a morte as separou dos pais, o que não constitui verdade, uma vez que quem, realmente, perdeu a vida é o pai.
Apesar de as crianças morarem numa casa modesta e passarem inúmeras dificuldades para sobreviver, não são, afinal de contas, meninos de rostos franzinos, com a infância e os desejos ofuscados pelos embaraços, sonhos desfeitos pela amargura da vida e muito menos os seus direitos básicos, tais como educação, saúde, alimentação e vestuário constituem, para si, letra-morta. Esta descrição do nosso jornalista é um exagero para o tipo de vida que na realidade os petizes levam.
A mãe dos meninos não perdeu a vida em 2011, no Hospital Central de Nampula, vítima de uma doença prolongada, conforme dava a conhecer o nosso articulista, pelo contrário, goza de boa saúde e está a cuidar dos seus filhos. Aliás, na verdade, dentre os descendentes da progenitora em alusão constam três rapazes e uma menina, por sinal a mais nova, e não duas raparigas e igual número de meninas conforme foi erradamente veiculado.
A imagem que acompanha este texto é prova disso. O Jornal @Verdade lamenta os efeitos negativos que provavelmente a artigo possa ter causado, por isso expressa publicamente as suas sinceras desculpas à família das crianças, em geral, e à senhora, em particular.
O Jornal pede igualmente perdão aos meninos que foram considerados órfãos de pais e mãe e, por via disso, supostamente deixados à sua sorte, sem qualquer orientação e ensinamentos para a vida e a viver o drama da incerteza do amanhã, quando na realidade têm quem zele por eles, aos ao secretário do bairro de Namicopo, aos chefes da Unidade Comunal Palmeiras 2 e às autoridades do Posto Administrativo de Namicopo por terem sido acusados de dificultar a providência da assistência social às quatro crianças em causas.
A Júlio Nihempe, chefe do quarteirão 22, pedimos também desculpas por ter sido usado pelo nosso jornalista para sustentar uma história incerta em relação à suposta ajuda de que as crianças se queixam de não beneficiar.
*Texto republicado para repor a verdade, uma vez que antes tinha sido veiculada de forma dúbia ou pouco clara.
Pedido de desculpas
Eu Sérgio Fernando, jornalista do Jornal @Verdade, Delegação de Nampula, e autor do texto “Órfãos e chefes de família: Quatro irmãos estão à deriva em Nampula”, venho por este meio endereçar as suas sinceras desculpas às quatro crianças que supostamente dirigiam a sua família por terem perdido os pais. Na verdade, quem faleceu é o pai e não a mãe.
Esta encontra-se viva e a cuidar dos meninos, por isso, peço encarecidamente perdão por a ter dado como morta na minha reportagem. O erro cometido deveu-se à má interpretação dos dados fornecidos pelos entrevistados e à falta de capacidade de análise da informação colhida da minha parte. Por isso, peço desculpas igualmente à família dos petizes em geral pelos danos causados pela notícia que publiquei por via deste mesmo meio de comunicação.
Peço perdão ao chefe da Unidade Comunal Palmeiras 22, Júlio Nihempe, pelas acusações que davam conta de que estava a engavetar as cartas de pedido de apoio social expedidas a si pelos petizes com a finalidade de conseguir ajuda das autoridades do Posto Administrativo de Namicopo.
Aos leitores e à direcção do Jornal @Verdade peço também perdão, com a promessa de que situações similares não voltarão a acontecer, uma vez que de hoje em diante tomarei uma outra postura na relação com as fontes e no tratamento dos factos.