O mineiro moçambicano que foi agredido com recurso a arma branca na mina Anglo-Gold Ashanti, em Klerksdorp, na República da África do Sul (RAS), no passado dia 20 de Abril, encontra-se neste momento fora de perigo, não obstante ainda se encontrar internado no Hopsital de Orkney, asseguraram os médicos que o acompanham ao Delegado do Ministério do Trabalho moçambicano naquela país, Adelino Espanha, na manhã desta Segunda-feira (29).
A vítima, identificada pelo nome de Emílio Faife, de 57 anos de idade, foi surpreendido junto dos outros dois colegas, a caminho do seu posto de trabalho, quando eram 03 horas de madrugada, por um grupo de cinco indivíduos, que se presumem sejam membros de uma das associações sindicais em disputa na região para a representatividade dos trabalhadores das companhias mineiras naquele país vizinho, nomeadamente a UASA, NUM, AMCU e a Solidarity.
Faife e os outros colegas, alvos de intimidação, foram apontados como traidores por um dos quatro sindicatos que actuam no ramo mineiro, ao irem trabalhar num Sábado, alegadamente por estar em curso uma campanha visando a abolição deste dia como laboral.
Entretanto, o Sábado foi sempre um dia de trabalho nas companhias mineiras sul-africanas (até ao meio-dia), regulado por acordo colectivo. Fiafe, natural de Inhambane, está na Companhia mineira Anglo-Gold Ashanti há 24 anos, tendo antes trabalhado na Companhia mineira ERPM, durante 14 anos, refere um comunicado de Imprensa enviado ao @Verdade.
O mineiro moçambicano manifestou o desejo de regressar a Moçambique, definitivamente, onde residem os seus 9 filhos, facto que levou a Delegação do Ministério do Trabalho na RAS a efectuar, imediatamente, contactos nesse sentido, bem como visando garantir que o trabalhador beneficie de tudo quanto tem direito, nomeadamente os salários e outras regalias no contexto do seu tempo na empresa, a reforma antecipada, para além da assistência médica periódica que a empresa garante, face aos ferimentos contraídos, bem como outras doenças profissionais, caso resultados de exames realizados assim confirmem.
O mesmo documento indica que o grupo que agrediu Faife continua a monte, mas, paralelamente, a Companhia já efectuou a expulsão de 500 trabalhadores, incluindo moçambicanos, que foram apanhados pelas câmaras de segurança da empresa a festejarem o acontecido e a indiciarem conivência com o caso. Tanto este como o outro caso, que envolveu igualmente um outro mineiro moçambicano, de nome Josefa Macamo, desaparecido de forma misteriosa, há meses, na mesma região, já estão sob a investigação de órgãos competentes da RAS e notificados na Embaixada de Moçambique.