Os activistas palestinos tentaram atrapalhar, esta semana, um ambicioso documentário europeu que está a ser filmado em Jerusalém, queixando-se de que o filme reforçaria a imagem de soberania israelita sobre a cidade disputada.
Os produtores do filme franco-alemão “24h Jerusalém”, que se propõe a registar um dia na vida da conturbada cidade, disseram, Sexta-feira (19), que o seu cronograma foi fortemente atrapalhado pela “intimidação e assédio” dos activistas.
“Lamentamos muito o que aconteceu, mas ainda estamos aqui e vamos realizar a gravação”, disse o produtor Thomas Kufus, que procura repetir em Jerusalém a ideia do seu “24h Berlim”, filme de 2008 com um dia de duração.
A emissora alemã Bayerischer Rundfunk, coprodutora do projecto, disse que os seus funcionários receberam uma “onda de ligações ameaçadoras”, inclusive com ameaças de “infligir lesões corporais” à equipe. O canal disse que os activistas palestinos estão a tentar impedir árabes de contarem as suas histórias.
Com cerca de 70 equipes a trabalharem em toda a cidade entre 6h da Quinta-feira e 6h da Sexta-feira, o projecto é um dos mais ambiciosos documentários já feitos em Jerusalém, com aval de autoridades israelitas locais.
Mas alguns políticos e militantes palestinos acusaram os cineastas de não se coordenarem adequadamente com as suas próprias autoridades, e disseram que o filme apresentaria uma Jerusalém unida, sob completo controle de Israel.
O Estado judeu capturou Jerusalém Oriental na guerra de 1967, e posteriormente anexou essa área e proclamou a cidade como sua capital “eterna e indivisível” – medidas que nunca obtiveram reconhecimento internacional.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a capital do seu eventual Estado.
