As autoridades alfandegarias de Moçambique apreenderam 2.481 caixas de cerveja, vinho e bebidas secas contrabandeadas durante os últimos 45 dias ao longo das fronteiras da região Sul do país com a Africa do Sul e Suazilândia.
A mercadoria foi apreendida no âmbito da “Operação Andorinha” e que, caso não seja reclamada pelos proprietários, a sua venda pelo Estado deverá resultar numa receita de 1.184.390 meticais. “O que se pretende é assegurar a colecta de receitas e proteger a economia do país”, disse Gonçalves Mandava, Director-regional das Alfândegas de Moçambique, falando hoje à imprensa sobre as realizações da sua instituição nos últimos 45 dias.
Ele considerou que esta operação está a ter resultados positivos, por isso irá prosseguir o tempo necessário. Segundo Mandava, as autoridades alfandegárias instruíram processos fiscais associados a essas operações, bem como quatro processos disciplinares contra funcionários daquela instituição envolvidos nesses casos de contrabando.
A mercadoria apreendida encontra-se agora guardada num armazém localizado no interior do recinto de Porto de Maputo. Aquele responsável das Alfândegas considerou de grave a situação de contrabando no país. Estimativas realizadas com base nos dados das últimas duas semanas indicam que o Estado perde cerca de cinco milhões de meticais semanais só por causa do contrabando da cerveja.
Para inverter esta situação, as autoridades alfandegárias reforçaram as medidas de controlo nos pontos das fronteiras considerados mais vulneráveis. A medida visa igualmente combater o mal ainda nas zonas fronteiriças.
Actualmente, algumas apreensões de mercadorias contrabandeadas são realizadas na cidade de Maputo, onde se acredita que alguns proprietários desses bens podem não ser os reais contrabandistas. “Mas os contrabandistas encontraram uma outra estratégia. Para o caso da Namaacha, eles vandalizaram uma parte da rede da fronteira inaugurada em Novembro passado. Abriram esses acessos da fronteira para fazer passar mercadoria, sobretudo bebidas alcoólicas”, disse Mandava.
“Nestes locais, colocamos homens que agora estão a trabalhar durante 24 horas ao dia”, acrescentou a fonte. Por outro lado, os contrabandistas usam residências localizadas ao longo da fronteira para armazenar a sua mercadoria. Recentemente, as autoridades empreenderam uma perseguição a dois rapazes que carregavam igual número de sacos suspeitos de conter mercadoria apreendida.
De facto, os sacos continham bebidas alcoólicas e, na casa para onde os rapazes se deslocavam, as Alfândegas apreenderam 149 caixas de cerveja e vinho. Esta mercadoria ainda não foi reclamada. Num local chamado Macuacua, próximo a zona sul-africana de Mbuzine, as Alfândegas descobriram uma “travessia” ilegal através da qual os contrabandistas fazem passar mercadoria proibida como bebidas alcoólicas, cigarros, viaturas, entre outros.
Recentemente, as autoridades apreenderam diversas quantidades de cigarros fabricados em Moçambique e que estava a ser contrabandeados para a Africa do Sul e Suazilândia.