Pelo menos 22 pessoas morreram numa série de explosões nos bairros xiitas de Bagdad, Quinta-feira (28), disseram fontes policiais, em mais um sinal da precariedade do equilíbrio sectário no Iraque.
Ninguém assumiu imediatamente a autoria dos atentados, mas os insurgentes sunitas vêm redobrando desde o início do ano os seus esforços para abalar o governo comandado pela maioria xiita.
Dois carros-bombas – um estacionado perto de um restaurante lotado, e o outro perto de um estádio de futebol – foram detonados ao entardecer, matando pelo menos 18 pessoas no bairro de Shula, na zona sul de Bagdad.
Outro carro-bomba e seis explosivos deixados em calçadas mataram outras quatro pessoas num mercado do bairro de Mahmoudiya, também na zona sul.
“Eu estava dentro da minha loja quando a explosão aconteceu”, disse o fotógrafo Ibrahim Jassam. “Havia um casal de noivos a preparar-se para tirar a foto do casamento. Eles deixaram tudo e saíram a correr depois da explosão. Eu escondi-me na minha loja.”
Um toque de recolher foi imposto na área depois dos atentados. A situação no Iraque é hoje mais tranquila do que no auge da violência sectária, em 2006 e 2007, mas os líderes xiitas temem que a guerra civil na vizinha Síria leve o país a uma nova crise entre os seguidores das duas principais seitas islâmicas.
Dezenas de milhares de sunitas têm realizado protestos contra o governo do primeiro-ministro Nuri al Maliki na cidade de Anbar, na fronteira com a Síria, e a Al Qaeda conclama-os a pegar armas.