Um tribunal do Cairo determinou na terça-feira ao governo que destrua todos os túneis sob a fronteira do Egito com a Faixa de Gaza, eliminando assim um caminho usado para o contrabando de armas, mas também para o abastecimento básico dos palestinos.
A Irmandade Muçulmana, que governa o Egito, tem estreitas relações com o grupo islâmico Hamas, que controla Gaza. Mas muitos egípcios temem que o território palestino se torne um risco para a segurança do Egito.
Advogados esquerdistas disseram ter aberto esse processo com ativistas para obrigar o governo a agir. Essam Haddad, assessor de segurança nacional do presidente Mohamed Mursi, disse que o Egito não vai tolerar o fluxo bilateral de armas contrabandeadas pelos túneis, que está desestabilizando a península do Sinai.
As forças egípcias já haviam inundado alguns dos túneis neste mês. “A corte determinou que se torne obrigatório que o governo destrua os túneis entre o Egito e a Faixa de Gaza”, disse o juiz Farid Tanaghou.
Estima-se que 30 por cento dos produtos consumidos pelos 1,7 milhão de palestinos de Gaza passem pelos túneis, burlando o bloqueio imposto por Israel e o Egito há mais de sete anos. “Abri esse processo porque estava preocupado com o estado da segurança nacional no meu país depois da ascensão da Irmandade Muçulmana ao poder e suas políticas e ligações obscuras com o Hamas”, disse o advogado Wael Hamdy.