Um grupo de congressistas americanos visitou Cuba e encontrou um ex-presidente Fidel Castro “cheio de energia”, revelou nesta terça-feira a representante democrata Barbara Lee, ao voltar aos Estados Unidos.
“Pareceu-nos cheio de energia, nos reunimos em sua casa, uma casa muito modesta. Sua mulher estava lá, seu filho tirou fotos, foi um encontro muito emotivo, de certa maneira”, declarou Lee, que liderou a visita à Ilha.
Castro “fez anotações, foi muito inquisitivo, nos pediu várias informações sobre o Dr. (Martin Luther) King Jr. porque o venera”, disse Lee.
Durante o encontro, Castro, de 82 anos, perguntou aos legisladores como os cubanos podem “ajudar o presidente (Barack) Obama” a normalizar as relações com Havana, disse a representante Laura Richardson.
Os congressistas americanos realizaram uma visita de cinco dias a Cuba para promover o diálogo entre o governo de Barack Obama e as autoridades da ilha comunista. Segundo Gregory Adams, porta-voz da Seção de Interesses de Washington em Havana, o encontro com Fidel aconteceu na manhã de hoje, um dia após a reunião do grupo com Raúl Castro, atual presidente e irmão de Fidel.
No encontro com os congressistas, Raúl Castro reiterou sua disposição em dialogar com “igualdade” e “respeito” com o novo governo dos Estados Unidos. A reunião com Raul Castro abordou “diversos temas, com ênfase na futura evolução das relações bilaterais e os vínculos econômicos, após a chegada ao poder de uma nova administração americana”, destacou Lee.
“Foi uma reunião muito boa, houve uma abertura muito grande, uma reunião muito franca. Falamos de uma ampla gama de temas e estamos convencidos de que o presidente Castro vê que a normalização das relações e o fim do embargo beneficiará os dois países”, disse Lee.
Os congressistas discutiram com Raúl Castro a importância de um “diálogo sem condições prévias”. “Chegou o momento de falar com Cuba”. Além de Lee, a delegação foi integrada pelos representantes democratas Melvin Watt, Laura Richardson, Bobby Rosh, Marcia Fudge e Emanuel Cleaver e Mike Honda.
Em artigo publicado, Fidel Castro afirma dar valor ao “gesto” dos representantes democratas, que chegaram à ilha na sexta-feira passada para explorar a possibildade de um diálogo que encerre meio século de conflito bilateral entre os dois países.