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Rebeldes das Farc negam “crise” nas negociações de paz

Os rebeldes colombianos das Farc disseram, esta Segunda-feira (5), que as negociações de paz com o governo não estavam em crise e continuavam firmes, mesmo em meio a uma recente escalada no conflito.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram em comunicado que o “mal-intencionado” rumor de que as negociações em Cuba tinham atingido níveis de crise eram “criações virtuais” da mídia e de elementos de centro-direita que procuravam dificultar o processo.

“As conversas à mesa estão a continuar em modo normal, ninguém se levantou ou ameaçou ir embora oficialmente”, disse a liderança das Farc.

“Pelo contrário, os dois lados estão a trabalhar para encontrar uma aproximação na questão agrária, com uma urgência para chegar a acordos significativos que representem avanços em direcção ao fim do conflito e a obtenção da paz.”

Numa atmosfera tensa, os negociadores das Farc e do governo procuraram chegar a um acordo, semana passada, sobre o desenvolvimento rural, a primeira parte de uma agenda de cinco pontos para buscar um fim a meio século de conflito.

As Farc dizem querer uma melhor distribuição de terras na Colômbia, que, segundo alegam, estão concentradas nas mãos de poucos.

Os dois lados trocavam farpas enquanto as lutas intensificavam-se na Colômbia, matando dezenas de guerrilheiros e funcionários da área de segurança, e, semana passada, os rebeldes sequestraram três membros das Forças Armadas e três trabalhadores de empresas de petróleo.

Os ataques apoiados pelos Estados Unidos contra as Farc na última década enfraqueceram bastante os rebeldes e limitaram a capacidade deles de atacar as forças económicas do país, ajudando a atrair bilhões de dólares em investimentos estrangeiros.

Mas a violência crescente demonstra que, embora estejam enfraquecidas, as Farc continuam uma força formidável. Os sequestros enfureceram os colombianos, que esperavam que o processo de paz significasse o fim do medo de viajar e trabalhar nas partes remotas da nação andina.

Sábado, os rebeldes disseram que iriam libertar dois policiais e um soldado, numa medida que poderia ajudar a amenizar a tensão em Havana e reconstruir a confiança nas negociações.

Os trabalhadores de petróleo já tinham sido libertados. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que quer um acordo até Novembro, mas as Farc rejeitam um cronograma e prometeram permanecer na mesa até que o conflito seja solucionado.

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