Cento e vinte anos depois do final de sua construção em Paris, a Torre Eiffel, um dos monumentos mais visitados do mundo, vai receber alguns retoques, mas manterá sua aparência original e sem que seja, em momento algum, fechada ao público durante os 18 meses de reforma.
Uma equipe de 25 pintores aplicará 60 toneladas de pintura “inteiramente ecológica”, sem chumbo, sobre os 250.000 metros quadrados de superfície da torre parisiense, de 324 metros de altura com as suas antenas.
“O nosso desafio é repintar a Torre Eiffel, sem deixar em momento algum os visitantes do mundo inteiro sem ela”, ressaltou Jean-Bernard Bros, presidente da Sociedade de Exploração da Torre Eiffel, durante uma entrevista coletiva à imprensa.
A “Dama de Ferro” – que recebe mais de seis milhões de visitantes por ano – está aberta durante os 365 dias, independentemente de trabalhos de pintura, de elevadores em manutenção, ou de obras. Desde 1899, a torre, construída em ferro forjado, passa por reforços na pintura a cada sete anos. Esta será a 19ª operação.
Ela possui, desde 1968, uma cor “castanho Torre Eiffel”, escolhida por sua harmonia com a paisagem parisiense. “Esta é a cor que fica melhor na Torre Eiffel, talvez seu mais belo vestido. De qualquer forma, é a que os cineastas, fotógrafos, amantes de Paris, parisienses, todos aqueles que amam a Torre Eiffel, mais gostam.
Há 40 anos decidimos definitivamente manter o castanho”, declarou Bros. Os pintores terão que trabalhar como corajosos alpinistas, sem se arriscar.
Eles são equipados com materiais de segurança em escaladas para trabalhar nas vigas e utilizam sistematicamente cabos que permitem a eles se movimentar o tempo todo com um ponto de sustentação. Seus pincéis e brochas são presos aos braços para evitar qualquer queda sobre os visitantes.
O uso de pistolas de tinta é dispensado para que se preserve a maneira como a torre foi pintada originalmente. “A pintura é o elemento essencial da conservação de uma obra metálica e os cuidados que são mantidos são a única garantia de sua duração”, disse certa vez o próprio Gustave Eiffel em 1900.
A torre sofre com a oxidação, com a poluição, com as dejeções dos pássaros. “Um dia ou outro seria preciso remover a ferrugem, a tinta e as incrustações da superfície metálica”, disse Bros, indicando que 200 toneladas de tinta foram deixadas por operações de pintura anteriores. Pouca coisa se comparado ao peso total da estrutura: 10.000 toneladas.
Para marcar os 120 anos de sua abertura ao público, dois meses após o mês em que foi realizada a Exposição Universal de 1889, haverá em maio uma grande exposição, antes da queima de fogos de artifício em julho e dos shows para turistas e 120 turmas de estudantes convidadas: vários eventos “para transmitir a importância da Torre às futuras gerações”.