O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, disse, esta Sexta-feira (28), que irá liderar uma coligação de partidos de centro que apoiam a sua agenda europeia e reformista na eleição parlamentar que ocorrerá dentro de dois meses.
O anúncio deixa claro o envolvimento de Monti na eleição, após a sua declaração, Domingo, que pode dispor-se a buscar um segundo mandato se uma força política confiável apoiar a sua agenda de reformas.
“A tradicional divisão entre esquerda e direita tem valor histórico e simbólico” para o país, mas ela “não destaca a aliança verdadeira de que a Itália necessita – uma que se concentre na Europa e nas reformas”, disse Monti depois de um encontro com políticos centristas.
O ex-comissário europeu, nomeado chefe de um governo tecnocrata no ano passado para salvar a Itália da crise económica, disse que estava disposto a aceitar “ser indicado líder da coligação”.
Monti, cujo status de senador vitalício significa que não precisa de disputar uma cadeira no Parlamento, disse que a coligação poderia obter “um resultado significativo” na eleição marcada para os dias 24 e 25 de Fevereiro.
O anúncio esclarece parte da incerteza que pairava sobre a eleição, e coloca Monti no centro de uma disputa de três correntes pelo poder, com o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), que lidera as pesquisas, e o Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi.
Ambos os partidos apoiavam o seu governo no Parlamento, mas com as eleições a aproximarem-se, as garras foram expostas –Berlusconi criticou as políticas de austeridade “germanocêntricas” de Monti, que ele culpa pelo aprofundamento da severa recessão.
Uma pesquisa de opinião publicada desde o final de semana estimou que uma coligação de centro liderada por Monti poderia obter entre 11 e 15 por cento dos votos.