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Rússia pede ao governo sírio para buscar diálogo com os adversários

A Rússia pediu, esta Sexta-feira (28), ao governo sírio que actue com prontidão no diálogo com os adversários, colocando o seu peso nos esforços diplomáticos para acabar com o conflito de 21 meses na Síria.

O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse ter pedido ao vice-chanceler sírio, Faisal Makdad, que dê ênfase à disponibilidade do seu governo para o diálogo com a oposição, durante as conversações realizadas em Moscovo, Quinta-feira (27).

“Nós encorajamos activamente… a liderança síria a tornar o mais concreta possível a sua declarada disponibilidade para o diálogo com a oposição”, disse Lavrov a jornalistas, após a reunião com o chanceler egípcio Mohamed Kamel Amr, em Moscovo.

Lavrov afirmou que o governo sírio deve enfatizar a sua abertura para negociações sobre a maior gama possível de assuntos, em conformidade com um acordo internacional firmado em Genebra em Junho, e que pedia a formação de um governo de transição.

“Acho que uma avaliação realista e detalhada da situação na Síria levará os membros razoáveis da oposição a buscar meios de iniciar um diálogo político”, acrescentou Lavrov, que na semana passada disse que nenhum lado iria vencer pela força.

A Rússia deve receber um alto diplomata dos EUA para a Síria no próximo mês para discutir com o enviado internacional à Síria, Lakhdar Brahimi, planos para acabar com a guerra civil, declarou um pouco antes, esta Sexta-feira, o representante do Kremlin para a região.

Brahimi vai visitar Moscovo, Sábado, para conversações sobre os resultados das suas negociações com o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e com a oposição síria, durante uma viagem de cinco dias a Damasco, em que ele pediu mudanças políticas para acabar com o derramamento de sangue.

“Vamos ouvir o que Lakhdar Brahimi tem a dizer sobre a situação na Síria e, depois disso, provavelmente, haverá uma decisão de realizar uma nova reunião dos três “Bs”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, disse à agência de notícias russa RIA, referindo-se às iniciais dos nomes dos diplomatas envolvidos nas conversações.

Durante as negociações no início deste mês, Bogdanov, que é enviado especial do Kremlin para assuntos do Oriente Médio, o subsecretário de Estado dos EUA, William Burns, e Brahimi (representante especial conjunto das Nações Unidas e da Liga Árabe) concordaram ser necessária uma solução política para a crise.

Bogdanov disse que os três iriam encontrar-se novamente em Janeiro, após o período de feriados.

Segundo Lavrov, a Rússia também convidou o líder do Conselho Nacional Sírio, entidade oposicionista reconhecida internacionalmente, Moaz al-Khatib, para conversações, em comentários que parecem reforçar o compromisso de Moscovo de ajudar Brahimi a buscar uma saída para a crise.

A Rússia tem criticado o apoio ocidental ao Conselho Nacional Sírio, que tenta derrubar Assad.

Brahimi pediu a formação de um governo de transição para governar até as eleições e, está a tentar intermediar uma transferência pacífica de poder na Síria, onde mais de 44 mil pessoas foram mortas na revolta contra quatro décadas de Assad regra da família.

O papel que Assad e os membros do seu governo teriam num órgão de transição – um plano delineado em Genebra há seis meses – é a questão que divide as potências mundiais.

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