O trabalho retomou normalmente, Segunda-feira (24), nos hospitais e centros de saúde públicos do Burundi, após três semanas de greve do pessoal paramédico e dos enfermeiros, que reivindicavam melhores condições salariais e de trabalho, soube-se de fonte sindical em Bujumbura.
O mais longo movimento grevista do sector tomou uma nova proporção no meio da semana passada, com ataques policiais fortes para impedir o agrupamento dos grevistas nos locais de trabalho.
As ameaças de despedimento colectivo podem igualmente ter influenciado na determinação dos grevistas a fazer desembocar as suas reivindicações.
A ministra da Saúde Pública e Luta contra a Sida, Sabine Ntakarutimana, ameaçou, Sexta-feira passada, despedir qualquer enfermeiro que não se apresentar ao local de serviço a partir de 24 de Dezembro de 2012.
O chefe de Estado burundês, Pierre Nkurunziza, pronunciou-se durante uma emissão emitida pela rádio de respostas em directo às questões da população sobre a vida da nação para renovar estas ameaças se os grevistas continuarem muito tempo a pôr em perigo a vida dos pacientes.
O Sindicato do Pessoal Paramédico e Enfermeiros (SYNAPA) contudo diz não estar completamente convencido e conta suspender o movimento de greve por três semanas para favorecer o diálogo com o Governo sobre as diferentes reivindicações da corporação.
Segundo o presidente do SYNAPA, Mélance Hakizimana, passado o prazo de três semanas “vamos reunir-nos para avaliar o estado de progresso das negociações e ver a sequência”.