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Reabilitação das estradas na Matola é um fiasco

Reabilitação das estradas na Matola é um fiasco

Algumas vias de acesso do Município da Matola tiram sono aos munícipes daquela urbe devido ao seu mau estado para a transitabilidade. Os citadinos apontam o dedo acusador à edilidade alegadamente porque ao invés de optar pelas intervenções de raiz, refugia-se em reabilitações improvisadas, como é o caso do tapamento de buracos e colocação de areia, o que no lugar de minimizar a situação só piora, sobretudo nos dias chuvosos.

António Machava mora no bairro da Machava-Sede. Ao @Verdade afirmou que o Conselho Municipal local pouco ou quase nada faz para melhorar as vias de acesso. Por isso, a cada dia que passa a degradação piora. É difícil encontrar uma avenida que não tenha buracos. Para além dos transeuntes passarem mal, as viaturas danificam-se.

Os encurtamentos de distâncias regulamentares, vulgo encurtamento de rotas, e a especulação da tarifa de passagem são uma das consequências do mau estado das vias de acesso.

“Estamos perante um município indiferente e inoperante. Desde que este elenco ascendeu ao poder vemos obras improvisadas, tapamento de buracos com recurso a pedras e areia. Penso que Arão Nhancale devia colocar o seu lugar à disposição porque nada do que prometeu durante as eleições cumpriu. O pelouro de infra- -estruturas não melhorou os problemas existentes, disse António Machava.

Por sua vez, Elsa Sumaíla, residente no bairro da Matola “A, manifestou-se agastada com aquilo que considera precariedade das vias de acesso porque não beneficiam de manutenção de rotina.

A Estrada Velha, que parte da Machava-Socimol até Nkobe está um martírio para os condutores e passageiros que diariamente usam o troço. Agudiza o dilema de transporte, contribui no aumento das horas da viagem e no agravamento do preço de passagem. Os carros não chegam ao destino por causa da intransitabilidade desta via.

Na óptica da Elsa Sumaíla, a inércia do município na melhoria das condições de transitabilidade daquela vias e de tantas outras, convida os operadores dos transportes semi-colectivos de passageiros a encurtarem as rotas.

“Somos obrigados a pagar o dobro do preço de passagem porque somente desta maneira os transportadores aceitam levar-nos ao destino. O município deve deixar de pôr areia e pedras nos buracos e colocar asfalto real porque o material com o qual tapam os buracos em causa é arrastado pela água e pelos camiões de grande tonelagem”.

Julião Nhantumbo vive na cidade da Matola. Ele disse que não encontra motivos para a não reabilitação de estradas uma vez que os munícipes pagam impostos e o município tem um orçamento interno para esse tipo de trabalho. Em caso de buracos, as vias de acesso da Matola são emendas. A edilidade prefere gastar dinheiro só para assegurar a circulação temporária.

“As nossas vias de acesso precisam de reabilitações de um padrão de reabilitação e reconstrução que garanta durabilidade. Precisamos de estradas que suportem as viaturas de grande tonelagem e que resistam aos fenómenos naturais como a chuva, pediu Nhantumbo, para quem a vereação de infra-estruturas continua a improvisar as intervenções sobre as estradas, como o fez na Avenida União Africana, vulgo estrada velha, que apenas deitaram pedras como forma de amainar a fúria dos transportes semicolectivos que decidiram paralisar a sua actividade.“Duas semanas depois a estrada voltou a estaca zero”.

Ele referiu ainda que a incapacidade do Município da Matola é maior de tal forma que nem conseguiu construir uma vala de escoamento das águas das chuvas que constantemente inundavam a Avenida Josina Machel. A Administração Nacional de Estradas teve que intervir para garantir a transitabilidade naquela via.

“O problema não tem uma solução definitiva porque falta dinheiro” – vereador de infra-estruturas na Matola.

O vereador de infra-estruturas no Município da Matola, Laitone Melo, disse ao @Verdade que as inquietações que os munícipes levantam não têm ainda uma solução definitiva à vista porque falta dinheiro para realizar obras de raiz.

O que está a ser feito actualmente são trabalhos de rotina através do tapamento de buracos nas estradas asfaltadas e terraplanagem nas estradas de terra batida, de modo a minimizar a situação e garantir a transitabilidade.

Segundo Laitone Melo, a edilidade só dispõe de cerca de 50 milhões de meticais anuais para reabilitar as vias de acesso. Porém, o valor é irrisório porque grande parte dessas mesmas vias está cansada. Ao invés de uma reabilitação, precisam de uma reconstrução. “Este é que é o maior desafio”.

Acrescentou que está em curso um trabalho no sentido de encontrar estratégias para a realização de obras de grande envergadura e mobilizar os parceiros a financiar intervenções na grande parte da rede rodoviária daquela urbe em péssimas condições de conservação.

Em relação à Estrada Velha, explicou que a sua camada encontra-se saturada e seria necessário removê-la para colocar uma outra de raiz. Este trabalho custaria cerca de 36 milhões de meticais, valor que a edilidade não tem.

Tal como os munícipes referiram e repudiaram o procedimento, Melo reconheceu que as intervenções feitas naquele troço consistiram apenas no tapamento de buracos como forma de assegurar a circulação dos transportadores.

O autarca disse também que algumas estradas terciárias poderão beneficiar de obras de colocação de pavês, como é o caso dos troços do bairro de Khongolote, Machava e da zona de cimento.

Ele apelou para que os munícipes compreendam que enquanto não houver dinheiro para resolver o problema da precariedade das vias de acesso apenas algumas intervenções são possíveis.

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