O futuro líder chinês, Xi Jinping, não terá alternativa senão iniciar reformas políticas duradouras, assim como já ocorreu com as reformas económicas, disse, esta Segunda-feira (5), o Dalai Lama, líder espiritual tibetano no exílio.
Xi, hoje vice-presidente, deve substituir o presidente Hu Jintao como secretário-geral do Partido Comunista, durante o congresso do Partido Comunista que começa Quinta-feira.
Em Março, ele deve assumir a Presidência, encerrando uma transição que acontece a cada década no regime chinês.
“Agora a era de Hu Jintao é passado, agora Xi Jinping está a chegar como presidente. Acho que não há alternativa excepto alguma mudança política, portanto uma reforma política. A reforma económica já está aí”, disse o Dalai Lama a jornalistas em visita ao Japão.
Ele admitiu que as reformas económicas resultaram em benefícios para a China, mas disse que o recurso à força por parte das autoridades contraria o seu objectivo de criar uma “sociedade harmoniosa”.
“Usar a força acarreta suspeita, medo. Isso é o contrário de harmonia.” A China acusa o Dalai Lama de ser um separatista e de estimular protestos contra o domínio chinês sobre o Tibet, incluindo mais de 60 autoimolações na região e seus arredores desde Março de 2011.
O Dalai Lama nega ser um separatista, e diz que só deseja uma autonomia significativa para a sua região montanhosa. O líder budista afirmou esperar que, se a China democratizar-se, isso ajudará a resolver atritos com os seus vizinhos, como a disputa territorial entre China e Japão por causa de várias ilhas.
As relações sino-japonesas deterioraram-se fortemente desde Setembro, quando o governo japonês nacionalizou as ilhas reivindicadas por Pequim, o que motivou protestos anti-Japão em várias partes da China.
As autoridades ministeriais dos dois países disseram que reuniram-se, Segunda-feira, na China e decidiram manter o seu diálogo.
