Os opositores e partidários do presidente egípcio, Mohamed Mursi, entraram em confronto no Cairo, esta Sexta-feira (12), no primeiro confronto violento nas ruas entre facções rivais desde que o líder islâmico assumiu o cargo.
Os iIslamitas e os seus opositores lançaram pedras, garrafas e coquetéis molotov, e alguns lutaram corpo a corpo, mostrando como os ânimos ainda estão exaltados entre os grupos rivais que tentam moldar o novo Egito após décadas de autocracia, embora as ruas estejam mais calmas desde que Mursi venceu as eleições, em Junho.
O Ministério da Saúde egípcio disse que 110 pessoas tinham ferimentos leves ou moderados em decorrência dos confrontos, informou a mídia estatal.
Um governo está no comando, mas os islamitas e os liberais estão em desacordo sobre a elaboração da nova Constituição, que deve ser aprovada antes de um novo Parlamento poder ser eleito.
Muitas das milhares de pessoas reunidas na praça Tahrir estavam furiosas com a decisão desta semana de um tribunal que absolveu ex-autoridades acusadas ??de ordenar um violento ataque de forças leais a Hosni Mubarak contra os manifestantes que participavam do levante que depôs o então presidente, ano passado.
Porém, mesmo antes dessa decisão, os opositores de Mursi tinham convocado protestos contra o que eles dizem ser uma incapacidade de cumprir promessas durante os primeiros 100 dias no cargo.
Na noite desta Sexta-feira, um comunicado emitido pelo gabinete condenou os acontecimentos dizendo que eles dificultam os esforços políticos e económicos do governo.
A nota informou que o primeiro-ministro Hisham Kandil “apela a todos os grupos presentes na Praça Tahrir e noutras praças e lugares para que fiquem longe de qualquer acção que possa manchar a imagem do novo Egito”.
Não houve intervenção da polícia, que tem sido muitas vezes alvo da ira dos manifestantes por causa da brutalidade empregada contra os activistas na revolta do ano passado.
