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BAD vai desembolsar até 400 milhões para a espinha dorsal

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou, Sexta-feira (17), em Maputo, que vai financiar o Projecto da Linha de Transporte de Energia ligando a província central de Tete a Maputo, no sul, com um montante de entre 300 a 400 milhões de dólares americanos.

Também conhecido por Espinha Dorsal ou CESUL, este é um dos maiores projectos energéticos de Moçambique da actualidade, cuja construção deverá arrancar no próximo ano, num orçamento total de cerca de dois biliões de dólares.

Além do BAD, o projecto deverá contar com os financiamentos da Noruega, Banco Mundial, Banco Europeu de Investimentos (BEI) bem como do sector privado moçambicano, das Redes Energéticas Nacionais (de Portugal) e a Electrobras (do Brasil), num montante total de cerca de dois biliões de dólares.

Falando a jornalistas mo- mentos após uma mesa redonda sobre os desafios de Moçambique na área de energia, o Representante residente do BAD em Moçambique, Joseph Ribeiro, considerou o projecto como “prioritário” para a sua instituição.

“Nós damos prioridade a este projecto que não só vai beneficiar Moçambique, mas também a região (da Comunidade de De- senvolvimento da África Austral, SADC).

Portanto, está planificado que em 2013, quando os estudos estiverem finalizados, o banco vai participar no financiamento do projecto”, disse Ribeiro.

O BAD é um dos principais parceiros de Moçambique, com parceria estabelecida há 35 anos, durante os quais o país já beneficiou de financiamentos em mais de 2.5 biliões de dólares americanos.

A actual carteira de projectos engloba 14 operações, totalizando 565 milhões de dólares, incluindo 90 milhões em apoio ao orçamento do Estado.

Na sua assistência, o sector dos transportes tem sido uma das prioridades, absorvendo 45 por cento do investimento da instituição no país.

Ao nível da região, o BAD investe cerca de 1,2 biliões de dólares anuais em infra-estruturas, tendo, nos últimos cinco anos, dedicado um total de sete biliões de dólares em todo o continente africano, em infra-estruturas de energia, estradas, entre outras.

Entretanto, na sua nova abordagem de investimento na área de energia, o BAD defende que o país deve também apostar em projectos que tenham impacto nos outros países da região, numa base de cooperação e ganhos mútuos.

“Nós concluímos que pode haver, aliás haverá, no futuro, uma parceria em que todas as partes saiam a ganhar, de modo que Moçambique possa desenvolver as potencialidades e comercializar a energia para os países vizinhos”, disse o Representante do BAD.

Por outro lado, esta instituição financeira diz ter constatado que o desenvolvimento almejado para o sector da energia não vai acontecer apenas com investimentos públicos, sendo também importante a participação de parceiros internacionais bem como do sector privado.

Nesse sentido, afigura-se importante a criação do fundo de infra-estruturas em África, um instrumento que além dos fundos dos países, também pode contar com financiamentos do sector privado.

Aliás, o próprio BAD diz estar a financiar projectos importantes com fundos do seu departamento do sector privado, sendo essa a proveniência da sua contribuição para o projecto da Espinha Dorsal.

Ribeiro diz que a sua instituição verifica que o governo moçambicano já está a tomar em consideração a importância da participação do sector privado no financiamento de projectos do sector da energia bem como a questão do impacto regional desses projectos.

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