O temido irmão do presidente sírio Bashar al-Assad, Maher, perdeu uma perna num ataque a bomba no gabinete de segurança do líder sírio um mês atrás, disseram fontes, esta Quinta-feira (16), num duro golpe para um dos principais comandantes militares que combate uma insurgência que já dura 17 meses.
O ataque contra uma reunião do gabinete de segurança de Assad em Damasco, a 18 de Julho, matou quatro membros do círculo íntimo do presidente, incluindo o seu cunhado, e encorajou os rebeldes a levarem a sua luta para a capital pela primeira vez.
Maher não foi visto em público desde o bombardeio, enquanto Assad restringiu-se a aparições em vídeos gravados transmitidos pela televisão, levando a especulações sobre a eficácia da liderança conforme a rebelião cresce.
O irmão de Assad, colaborador próximo do presidente, adquiriu uma reputação temerosa como comandante da Guarda Republicana do Exército sírio e da Quarta Divisão, as formações de elite compostas em grande parte por soldados da seita minoritária alauíta, de Assad.
“Ouvimos que ele (Maher al-Assad) perdeu uma das suas pernas durante a explosão, mas não sabemos mais nada”, disse um diplomata ocidental à Reuters.
Uma fonte do Golfo confirmou o relato: “Ele perdeu uma das suas pernas. A notícia é verdadeira.” A divulgação da lesão de Maher veio no momento em que aumenta o receio de que o conflito, que já custou a vida de pelo menos 18.000 pessoas na Síria, esteja a começar a transbordar as suas fronteiras numa região já abalada por divisões sectárias.
Sequestro
Países do Golfo Árabe disseram aos seus cidadãos para deixar o Líbano depois de um clã xiita libanês ter sequestrado mais de 20 pessoas em Beirute e, inicialmente, ameaçou sequestrar mais árabes.
Os homens armados disseram que um refém turco, cujo país apoia a insurgência síria principalmente sunita, seria o primeiro a morrer se um dos seus parentes detidos pelos rebeldes sírios em Damasco fosse morto.
A poderosa família Meqdad está a buscar colocar pressão sobre os rebeldes para libertar o membro do clã Hassan al-Meqdad, que está detido pelo Exército Sírio Livre há dois dias.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Catar, o Kuweit e o Barein disseram aos seus cidadãos para sairem duma vez. Alguns países já começaram a levar os seus cidadãos de volta para casa.
O porta-voz do clã, Maher al-Meqdad, disse que eles estavam apenas a visar o Exército Sírio Livre e os turcos, insistindo que os cidadãos sauditas, do Catar e doutros países do Golfo não eram alvos.
“Se Hassan (al-Meqdad) for morto, o primeiro refém que vamos matar será o turco”, disse ele à Reuters. Posteriormente ele afirmou que o clã havia “interrompido as operações militares”, sinalizando que não haveria mais sequestros.
O refém turco disse a um canal de televisão libanês que estava a ser bem tratado. Outro canal transmitiu um vídeo mostrando dois reféns sírios sob a custódia de homens armados e mascarados do clã Meqdad vestidos de fardas e armados com fuzis.