A Associação Pfuna (que significa ajuda) esta a projectar a construção de uma aldeia para crianças órfãs e em situação difícil no posto administrativo de Changalane, no distrito de Namaacha, província de Maputo, Sul de Moçambique.
De acordo com a vicepresidente da associação, Neli Nhaca, a aldeia devera ter no total 20 casas cada uma com três quartos, uma sala comum, cozinha e casa de banho.
Ate ao momento, foi construída uma casa que já alberga oito crianças que vivem com uma mãe substituta. A construção desta casa, cujo custo não foi revelado, levou mais de dois anos por causa de alguns construtores desonestos.
Segundo Nhaca, o primeiro construtor cobrava valores elevados para a construção de uma casa préfabricada, não tendo avançado. A “Pfuna” procurou um segundo construtor que cobrou valores baixos, porem com fraca qualidade.
“A casa não tinha fundações, não tinha qualidade nenhuma e tivemos que demolir para construir outra. Agora encontramos um bom construtor e já estamos a construir duas casas gémeas para reduzir os custos e aproveitar as paredes”, disse.
As outras duas estão a ser construídas, esperando-se que ate ao fim do presente ano estejam concluídas. A construção das três casas esta a ser financiada pelo Núcleo Provincial do Sida de Maputo, localizado na cidade da Matola.
Espera-se que a aldeia venha a albergar ao todo 160 crianças que neste momento se encontram a viver com as suas avos na vila fronteiriça de Namaacha.
“Nos estamos a bater portas para conseguir apoios para construir a nossa aldeia de crianças órfãs em situação difícil. Neste momento, estamos a contar com nossos próprios fundos para sustentar as crianças que estão a viver aqui com mães substitutas. Nos temos promessas de ajuda e acreditamos que aos poucos vamos conseguir alcançar os nossos objectivos”, disse.
A Associação “Pfuna” conseguiu obter junto da Administração do distrito de Namaacha um total de 20 hectares. Uma parte desta extensão de terra será utilizada para a agricultura, outra para a construção das casas, para alem de outras infraestruturas.
“Nos já construímos uma capoeira para criação de animais que vão ajudar na dieta alimentar das crianças, já estamos a cultivar algumas culturas aqui, como o milho, que grande parte se perdeu por causa das secas”, referiu. A associação esta a procura de outras formas de sustento.
Segundo a presidente, Neli Nhaca, neste momento alugam o tractor a camponeses associados e não só a 500,00 Meticais por hora. O referido tractor foi oferecido por uma empresa privada moçambicana. Ainda receberam uma moageira da Embaixada de Portugal, que será utilizada para moer o milho que produzem, para alem de alugar para as pessoas da comunidade de Changalane.
A Associação “Pfuna” surgiu em 2006 na base da contribuição dos seus membros, maioritariamente mulheres com mais de 40 anos de idade.