As exéquias fúnebres do foto-jornalista moçambicano Kok Nam, que faleceu na madrugada de sábado (11), em Maputo, vítima de doença, estão previstas para ter lugar na manhã de quinta-feira, 16 de Agosto, com o seguinte programa:
7h30 – Saída da urna da morgue do Hospital Central de Maputo
8h00 – Chegada da urna no átrio dos paços do Município de Maputo
9h10 – Apresentação de mensagens de condolências
10h00 – Fim do velório e partida do cortejo fúnebre para o Cemitério de Lhanguene, zona Maometana
10h30 – Chegada da urna no Cemitério
10h45 – Cerimónia fúnebre.
“O Direito do Povo à Informação”
Kok Nam iniciou as suas lides fotográficas aos 17 anos como impressor fotográfico, passando no início da década de 60 para os quadros do Diário de Moçambique e da Voz Africana, publicações progressistas do Episcopado católico da Beira, liderado por D. Sebastião Soares de Resende.
Passou também pelo “Notícias da Tarde” e pelo “Notícias”, antes de se juntar em 1970 ao núcleo de jornalistas que criou a revista “Tempo”, uma publicação inconformista e rebelde, tentando furar as malhas da censura colonial e do Estado Novo português. Durante o período revolucionário permaneceu na “Tempo”, aderindo aos vários movimentos internos de luta contra o controle partidário da informação produzida depois da independência de Moçambique, em 1975.
O manuscrito inicial do documento “O Direito do Povo à Informação”, exigindo a liberdade de imprensa como um direito constitucional, foi elaborado em sua casa, em Fevereiro de 1990.
Um ano depois, rompe com o “status quo” de então e com os seus colegas Naita Ussene, Fernando Manuel e António Elias (já falecido), junta-se ao projecto mediacoop, inicialmente uma cooperativa de jornalistas.
Até a altura da sua morte, Kok Nam era Director do semanário “Savana” e padecia de um cancro terminal há algum tempo.
Filho de emigrantes de Cantão, na China, Kok Nam nasceu na então cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo, a 25 de Novembro de 1939 e deixa dois filhos, Ana Michelle e Nuno Miguel.