O presidente do Iémen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, ordenou a reestruturação de algumas unidades militares, Segunda-feira (6), com o objectivo de limitar os poderes dum filho do ex-líder Ali Abdullah Saleh e estabilizar o país, onde ainda paira o legado de Saleh.
A agência de notícias estatal Saba informou, na noite da Segunda-feira (6), que Hadi emitiu decretos a transferir o comando de algumas unidades da Guarda Republicana para uma força recém-formada, chamada Forças Presidenciais de Protecção, sob sua autoridade.Outras divisões da Guarda Republicana, unidade de elite, liderada pelo general de brigada Ali Abdullah Saleh, filho do ex-presidente, foram deixadas sob um diferente comando regional.
A anarquia no Iémen tem preocupado a vizinha Arábia Saudita, principal exportador de petróleo do mundo, e os Estados Unidos, que veem cada vez mais o país árabe como uma linha de frente na guerra contra a Al Qaeda e suas afiliadas.
Os decretos do presidente também incorporaram algumas unidades do Exército lideradas pelo general dissidente Ali Mohsen al-Ahmar, que separaram-se das forças de Saleh depois do início dos protestos no ano passado, à nova força presidencial ou a um comando regional.
Ahmar elogiou os decretos, definindo-os como “decisões corajosas e patrióticas”, segundo a agência Saba.
Hadi, que foi vice de Saleh, assumiu o poder em Fevereiro depois de ser o candidato único às eleições presidenciais, num acordo selado pelos vizinhos do Iémen no Golfo a fim de pôr fim à instabilidade política.
A reestruturação das Forças Armadas era um elemento essencial no acordo. Hadi prometera unificar o Exército, dividido entre os aliados e os inimigos de Saleh.
Em Abril, ele exonerou cerca de 20 comandantes do alto escalão, incluindo um meio-irmão de Saleh e outros parentes.
Os EUA e a Arábia Saudita apoiaram o acordo de transição do poder, preocupados com a expansão do braço regional da Al Qaeda num país nas proximidades de importantes rotas de navegação para a exportação do petróleo.