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Força da União Africana pretende tomar Kismayo dos Al-Shababs antes de 20 de Agosto

A Força da União Africana na Somália (AMISOM) pretende expulsar o grupo islamita Al-Shabab de Kismayo, grande cidade litoral somalí antes de 20 de agosto, data oficial do fim da transição, afirmou, Sexta-feira (27), o representante especial da União Africana (UA) na Somália, Boubacar Gaoussou Diarra.

As forças da AMISOM, integradas principalmente por soldados burundeses e ugandeses, foram reforçadas com a chegada das tropas quenianas e djibutianas.

“Depois de Mogadíscio, Beidoa e Beledweyne, consideramos Kismayo como um objetivo maior. E se a operação acontecer tal como planificamos, conquistaremos esta grande cidade litoral antes de 20 de agosto”, assegurou Gaoussou Diarra, chefe da Missão da Paz da União Africana na Somália.

Reconheceu que a batalha de Kismayo será dura, uma vez que a cidade tornou-se no último bastião e centro de negócios dos grupos islamitas que abandonaram, sem combater, Mogadíscio, em agosto de 2011.

“Posicionamos as tropas ugandesas e burundesas em Beidoa; as forças djibutianas em Beledweyne. As tropas quenianas, provenientes do norte do Quénia vão progredir para o sul da Somália. Em fim, todas as forças vão convergir para Kismayo onde travaremos a batalha decisiva para retomar a cidade dos Al-Shababs”, explicou o Representante especial da UA na Somália.

Segundo ele, a AMISOM dispõe agora de meios humanos e logísticos necessários para dominar os grupos islamitas em Kismayo, ponto estratégico conducente ao Mar Vermelho.

Com efeito, os efectivos da força foram elevados para cerca de 17 mil homens, enquanto o Conselho de Segurança das Nações Unidas acaba de a autorizar a dispor de nove helicópteros dos quais três aparelhos de ataque.

“A nossa vontade é fazer coincidir a tomada de Kismayo com o calendário das reformas políticas que prevê o fim da transição para 20 de agosto próximo. Pretendemos conseguir com a mobilização de todas as nossas forças bem como com o apoio das forças etíopes que nos dão um apoio determinante”, disse ainda o diplomata maliano.

A vitória militar sobre os Al-Shababs deve, admitiu, ser associada aos esforços de reconciliação nacional e à satisfação das necessidades fundamentais das populações somalís.

Apesar de ser apoiado pela comunidade internacional, o Governo Federal da Transição (TFG) tem dificuldades para assegurar o acesso dos Somalís à educação, à saúde e à água potável.

Nas cidades retomadas dos islamitas, as autoridades federais não conseguem ainda instalar administrações modernas (polícia, escola, dispensários) capazes de satisfazer as necessidades vitais das populações somalís.

“É um desafio essencial que deverá ser ressaltado pelo TFG com ainda mais apoio da comunidade internacional. A aposta é mostrar às populações que estarão erradas se acreditarem nos discursos dos islamitas. E por isso, é preciso responder às suas necessidades básicas tais como o acesso à água potável, à educação e à saúde”, insistiu o embaixador Gaoussou Diarra.

A Somália é assolada desde 1991 por uma grave crise política que traduziu-se pela desintegração do Estado e pela partilha do país por grupos islamitas que ainda controlam a grande cidade litoral de Kismayo, porto de importações e exportações no Mar Vermelho.

Um calendário de reformas institucionais estabelecido pelas forças políticas somalís, com o apoio da União Africana e das Nações Unidas, prevê a adopção duma nova Constituição e a criação dum Parlamento até 4 de Agosto próximo.

Depois da designação do Presidente e dos dois Vice-Presidentes, este Parlamento deverá, por sua vez, eleger o novo Presidente da Somália a 20 de Agosto, data limite do fim do processo da transição.

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