A responsável do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) em Cabo Verde revelou, Sexta-feira (27), na cidade da Praia, que cerca de 50 porcento da droga traficada nas África Ocidental e Central já permanece nas duas sub-regiões.
Falando na abertura de um seminário de apresentação pública do Programa Nacional Integrado contra a Droga e Crime (PNIDC) para 2012/16, Cristina Andrade, sublinhou que as duas sub-regiões, antes rotas de circulação, começaram já a ser também o destino final da droga.
“A África Ocidental, antes uma rota, é hoje o destino final da droga. Em 2011 foram traficadas quantidades de drogas estimadas em 30 toneladas de cocaína, o que corresponde a um lucro na ordem de 900 milhões de dólares americanos (cerca de 737 milhões de euros), numa zona onde existem cerca de 2,3 milhões de toxicodependentes”, explicou.
Por isso, ela considera que “a África Ocidental representa para as Nações Unidas e para a UNODC um dos grandes desafios e uma das suas principais prioridades, enquanto sub-região mais instável do mundo, onde se regista um aumento do tráfico e consumo da droga, sinais de produção, pirataria e insegurança”.
A coordenadora da UNDOC destacou a importância do programa integrado de combate à droga e o crime que as autoridades cabo-verdianas vem implementando com a assistência técnica da organização e de outros parceiros, cujos resultados mostraram “bastantes avanços”.
“É preciso fazer esse combate para podermos diminuir os 27 milhões de consumidores de drogas no mundo, com desordem mentais, prevalência do HIV, que é de 20 porcento, hepatite C 46 porcento, e hepatite B 14,6 porcento”, destacou.
Segundo Cristina Andrade, a ONU estima que os lucros anuais do crime a nível global atinjam já 1,5 porcento do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, ascendendo a 320 mil milhões de dólares americanos (262 mil milhões de euros).