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Toma que te dou: Senhor Presidente do Município de Inhambane devolva-nos a beleza da nossa cidade

Nunca me vou cansar de escrever sobre este lugar de beleza Divina. Tanto mais que eu nasci aqui. Inhambane é como se fosse o ventre da minha mãe, de onde saí para ser entregue à luz do Sol. E aos demónios que não desistem na procura dos meus testículos para esmagá-los. Inhambane é a cidade mais sossegado do mundo, e vou repetir isto até à exaustão. Até não poder mais gritar.

Já pedi, mais do que uma vez, encarecidamente, a quase todos os governadores que passaram por aqui, para moverem todos os mecanismos das suas competências, em coordenação com os edis da urbe, e mandarem destruir o muro que cerca a pista de atletismo, apelidada “7 de Setembro” e, no seu lugar, colocar-se uma rede de tubarão, o que iria emprestar ao sítio a frescura há muito morta por aqueles que, sem qualquer sentido do belo, mandaram cercar aquele lugar do desporto, com paredes que nos dão a impressão de estarmos em presença de um campo de concentração para homens que, daqui a nada, vão ao abate, ou ao trabalho forçado. Ninguém me ouviu.

Debrucei-me variadíssimas vezes sobre este assunto, e volto ao mesmo, agora dirigindo-me ao Excelentíssimo senhor Governador Agostinho Trinta e ao respeitado Presidente do Município, o caríssimo Benedito Guimino. Por favor, pensem no belo da nossa cidade.

Se mandarem retirar aquela cerca, ter-se-á devolvido um repuxo espiritual, ou seja, os atletas, enquanto realizam as provas, terão, de um lado, o sopro da baía, abertamente, por outro lado, o arquitectónico “Bairro dos Macacos”, ora vituperado pelas remodelações dos actuais locatários.

Quem entra para o coração da cidade – após a retirada daquele obstáculo – passando por ali, vai ser recebido por uma paisagem espectacular. Inhambane terá reconquistado a molécula amputada pela incapacidade de valorizar o belo, por parte dos que autorizaram a construção daquelas paredes execráveis.

Senhor Governador, senhor Presidente do Município, é com muita mágoa que escrevo este texto que vem do mais profundo de mim. Na esperança que me oiçam e me escutem e reflictam sobre este sentimento. Em 2014 Inhambane irá receber o VIII Festival Nacional da Cultura. Queremos sentir-nos orgulhosos de ostentar não só a tranquilidade, mas sobretudo a beleza natural da nossa cidade.

Será também com muita dor, Excias, que observo a indicação de que, ali mesmo, vai ser construído um hotel. Meu Deus! Quer dizer, logo à partida estamos proibidos de nos deliciarmos com a magnífica vista da baía. Não podemos apreciar o espectáculo que é ver Maxixe a partir dali. Ou seja, de um lado teremos o muro da pista e, do outro lado, o hotel. Tudo isto para esmagar o nosso espírito.

Já basta o Hotel Capitão, que nos roubou uma parte da poesia da cidade. É uma casa bonita, sem dúvida, mas aquele lugar estava belo sem o hotel. Sem o Hotel Capitão estávamos mais perto da Natureza.

Todos que passassem por ali tinham o direito de usufruir da dádiva de Deus: o mar, as palmeiras de Mucucune e de Chicuque e provavelmente a garganta de Linga-Linga. Agora não, só vão ter direito a isso os que têm dinheiro para ali entrar e refastelarem-se na magnífica esplanada e piscina projectadas com elevado gosto. O povo que se lixe!

Pelo menos, senhores Governador e Presidente do Município, deixem-nos com aquele troço – Hospital Provincial – Desportivo – livre de qualquer projecto que nos sufoque.

A outra questão, para mim, de grande importância, é que os mangais, num espaço onde era suposto para banhistas, nunca tiveram razão de existir.

A partir do Desportivo até à ponte, deviam ser removidos os mangais, pois aquele lugar foi sempre reservado àqueles que gostam de se divertir na água, os quais abarrotavam o espaço nas tardes e nas manhãs dos fins-de-semana, e não só.

Já tivemos um ancoradouro, junto à Escola Secundária Emília Daússe, sempre livre dos mangais, como é lógico e, hoje, está engolido por aquelas árvores marinhas. Aquele troço todo – Desportivo – Ponte – é especial. Seria de bom tom que se mandasse limpar.

Senhor Governador, Caro Presidente do Município, devolvam-nos, por favor, a beleza da nossa cidade.

Abraço fraterno!

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