Os novos tablets da Microsoft não representam uma ameaça para o iPad, da Apple, visto o pouco entusiasmo entre programadores para criar aplicativos para o novo sistema operacional Windows, disseram os analistas.
A Microsoft apresentou a sua linha de tablets “Surface”, Segunda-feira, criando concorrência não apenas para a Apple, mas também para seus parceiros fabricantes de hardware, como Samsung Electronics e Hewlett-Packard.
“Ainda que os detalhes do preço não estejam claros…, a Microsoft terá que vender por um preço muito inferior ao do iPad se deseja ser competitiva”, disse Peter Misek, analista da Jefferies.
O tablet Surface terá duas versões, uma acionada pelo Windows RT e baseada na arquitetura de chips usada na maioria dos demais tablets, e a outra, de melhor desempenho, usando o Windows Pro 8.
“O factor mais importante para o sucesso de um tablet é o ecossistema. Com base nas nossas discussões com programadores, consideramos que a falta de entusiasmo da parte deles é preocupante”, disse Misek.
Ele estima problemas para os tablets Windows 8 na concorrência com o iPad, que oferece mais de 225 mil aplicativos, e, em menor dimensão, também diante dos tablets acionados pelo Google Android, como o Galaxy Tab, da Samsung.
A versão menor e mais leve do Microsoft Surface pretende concorrer directamente com o iPad, e a segunda, mais pesada, tem como alvo a nova geração de notebooks de baixo peso, o que colocaria a empresa em concorrência com grandes fabricantes de computadores pessoais.
Mas vender duas versões do tablet nos mesmos canais de varejo confundirá os consumidores, segundo os analistas da Jefferies, Forrester Research e ThinkEquity.
“A escolha é um princípio chave do Windows, mas a escolha demais incomoda os consumidores”, afirmou a Forrester Research. “A Apple compreende o facto e limita as opções quanto ao iPad a conectividade, memória e… preto ou branco”.
Mas alguns analistas acreditam que o uso de um teclado embutido na cobertura do aparelho, e uma política agressiva do preço, podem ajudar a Microsoft a ganhar o mercado.
“O teclado, um acessório simples, é o que torna o aparelho mais atraente, porque preserva uma interface tradicional que, na nossa opinião, muitos usuários apreciam integrada à subtileza duma cobertura protectora, algo que a maior parte dos usuários vai desejar”, disse Walter Pritchard, analista do Citi.