Uma mensagem da primeira-dama da França no Twitter em apoio a um rival eleitoral da ex-mulher do presidente François Hollande deflagrou uma controvérsia na mídia a apenas alguns dias da segunda volta das eleições parlamentares no país.
A publicação tornou pública a rivalidade entre a actual companheira de Hollande, Valérie Trierweiler, e a sua ex-esposa, Ségolène Royal, e ameaça quebrar a promessa de uma Presidência mais sóbria depois da novela envolvendo a vida amorosa do seu antecessor.
Na mensagem publicada no microblog, Trierweiler disse para Olivier Falorni, candidato no distrito eleitoral de La Rochelle, rival de Royal nas eleições, animar-se e elogia-lhe pela sua dedicação.
Colocando mais lenha da fogueira ao caso, Royal, que perdeu a disputa presidencial de 2007 para Sarkozy, tem o apoio do Partido Socialista e de Hollande.
Hollande está prestes a obter a maioria para o bloco socialista na segunda volta de Domingo, depois de vencer a primeira volta, semana passada.
No entanto, ele precisa de contar com o apoio de todos os seus simpatizantes e evitar as divisões internas que prejudicaram os socialistas no passado.
Uma pesquisa Ifop divulgada, esta Quarta-feira, indicou que Royal perderá a segunda volta, com 42 por cento dos votos contra 58 para Falorni, fazendo soar os alarmes nas fileiras do Partido Socialista.
“A primeira gafe da França”, declarou o jornal Liberation, de esquerda, em cima de uma foto na capa de página inteira com Trierweiler. A publicação dedicou cinco páginas ao caso, enquanto o diário popular Le Parisien publicou fotos das duas mulheres sob a manchete: “A história secreta de uma rivalidade.”
O Le Monde afirmou no editorial que o caso ecoou “os piores momentos” dos dramas domésticos muito públicos do ex-presidente Nicolas Sarkozy e da sua ex-mulher Cecilia.
A principal vítima no escândalo do Twitter, escreveu o jornal, “é a imagem de um presidente consistente, sereno e mestre da sua mensagem.”