Moçambique e Cuba reafirmaram, Segunda-feira, em Maputo, a necessidade de incrementar as suas relações de cooperação e amizade, identificando novas áreas de interesse para os dois países e povos.
Esta vontade foi vincada durante o encontro que o vicepresidente do Conselho de Estado da República de Cuba, Esteban Lazo Hernández, manteve com o Primeiro-Ministro moçambicano, Aires Ali, no primeiro dia de uma visita de quatro dias do dirigente cubano a Moçambique.
Falando, minutos após o encontro, Hernández disse que a sua visita a Moçambique circunscreve-se no âmbito das relações históricas entre os dois países, que sempre foram sendo cimentadas pelos respectivos dirigentes.
Neste contexto, Hernández citou o envolvimento directo do falecido estadista moçambicano, Samora Machel, e do antigo presidente cubano, Fidel Castro, na cooperação política, económica e social.
“Então, a nossa visita tem por objectivo passar em revista estas relações, mas também estudar, pensar e definir outras áreas em que devemos estabelecer a colaboração mútua”, disse o Vice- Presidente cubano, vincando que “é preciso multiplicar esta cooperação” Hernández manifestou a sua satisfação em visitar Moçambique, pois vai permitir estreitar as tradicionais relações de solidariedade entre os dois países e povos.
Por sua vez, o Primeiro-Ministro moçambicano admitiu a possibilidade de o país continuar a enviar mais estudantes para Cuba, onde deverão se formar em diversas áreas a serem identificadas.
Aires ali recordou que, ao longo dos tempos, cerca de três mil jovens moçambicanos passaram por Cuba, onde se formaram em várias áreas de actividade.
Até então, a cooperação entre os dois países esteve focalizada nas áreas de educação, formação de professores, saúde e desporto.
Durante os quatro dias de visita ao país, Hernández manterá uma audiência com o Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, para além de outros encontros incluindo com a Presidente da Assembleia da República (AR), Verónica Macamo.
O programa inclui visitas ao Hospital Central de Maputo (HCM) e a uma instituição da Educação, bem como a deposição de flores no Monumento aos Heróis Moçambicanos, em Maputo.
O programa, que conta com suporte financeiro do Governo moçambicano e de vários parceiros, dos quais se destacam os do Fundo Comum e a contribuição da sociedade civil na segunda fase (2013/2015), prevê a construção de cerca de sete mil fontes, 69 pequenos sistemas e 260 mil latrinas melhoradas, bem como consolidar o processo de construção de infraestruturas de saneamento.
Na primeira fase (2010/2013), o programa prioriza o alcance da sustentabilidade efectiva das infraestruturas de abastecimento de agua, tendo como meta a construção de cinco mil fontes, 51 pequenos sistemas e 140 mil latrinas melhoradas para melhorar as condições de saúde, higiene e saneamento das populações.
Em termos gerais, pretende-se com este programa que sejam construídas e reabilitadas cerca de 120 mil novas fontes de abastecimento de água a nível nacional e promover a auto-construção de 400 mil latrinas ajudando as pessoas a enveredarem por boas praticas de higiene e saneamento.
No comício popular que orientou na localidade de Nhancutse, o Chefe do Estado insistiu na importância da unidade nacional e solidariedade entre os moçambicanos, destacando que existem aqueles que por se encontrarem numa situação de limitações, como é o caso de doentes de HIV/SIDA, crianças órfãs e vulneráveis e idosos, precisam de apoio.
Guebuza destacou em Nhancutse a importância da diversidade e variedade cultural que caracteriza os moçambicanos como riqueza, destacando que só compreendendo esta diversidade é que se pode compreender a razão porque os moçambicanos lutaram e venceram o colonialismo e conquistaram a paz.
“Temos que usar essa nossa diversidade e unidade para acabar com a pobreza. O ser humano quer sempre mais e do melhor e para conseguir isso temos que trabalhar”, disse Guebuza.