Pelo menos 60 armas de fogo de diferentes marcas e de grande calibre, vários carregadores com munições e material de protecção em cenários de guerra, em número ainda por quantificar, foram aprendidos na cidade portuária de Nacala, na província de Nampula norte de Moçambique.
Em conexão com o caso quatro agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), identificados pelos nomes de Adriano António Lameque, Comandante e Super Intendente, Mussa Barrote, Sargento principal, Ali Ibraimo e António Fernando da Silva, estes dois primeiros-cabos, afectos no Comando distrital da zona Económica Especial encontram-se detidos no Comando Provincial em Nampula.
Estão também detidos para averiguações representantes locais da Mocargo, empresa de transporte, e da GDI & Consultores, despachantes aduaneiros.
Segundo o porta-voz da PRM em Nampula, Inácio Dina, as armas supostamente pertencentes a nove empresas internacionais de segurança marítima, estavam a ser manuseadas por duas empresas, a Mocargo e GDI$ Consultores, cujas licenças de actividade não permitem o transporte e despacho aduaneiro de armamento em Moçambique.
Conforme explicou Inácio Dina, presume se que as armas sejam do fabrico americano, chinês e russo e que entraram no território moçambicano através da República do Quénia, por via aérea e descarregadas no Aeroporto Internacional de Nampula de onde seguiam em pequenas carrinhas para a cidade de Nacala, sob forte protecção policial, num esquema de total secretismo.
De acordo ainda com a nossa fonte, presume-se que os agentes da Policia envolvidos em todo processo de transacção do referido material que incluía escolta, a partir de Nampula e o armazenamento nos seus gabinetes de trabalho em Nacala, terão amealhado para o benefício próprio, 500 mil dólares americanos, numa operação que decorreu entre Maio de 2011 até Março do presente ano.
“Era um processo tão sigiloso. Vezes havia em que os colegas membros da polícia saiam de Nacala para escoltar as armas no Aeroporto Internacional de Nampula até ao Comando Distrital da PRM de Nacala-Porto e de lá para os Navios. E as taxas variavam entre 7.500 a 15 mil meticais por cada arma transportada e entregue aos destinatários”. Revelou Inácio Dina, sublinhando que “neste momento o processo ainda a ser instruído, mas há claras evidências de que estes colegas estão envolvidos em várias infracções. O decurso do processo poderá determinar o grau de culpabilidade de cada um”.