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Polícia angolana replime violentamente manifestação antigovernamental

A tentativa de concentração para a manifestação antigovernamental marcada para este sabado em Luanda, capital de Angola, foi reprimida à bastonada pela polícia, disse um dos organizadores. “Tivemos que dispersar, porque logo que nos começámos a concentrar, a polícia, e civis que consideramos serem agentes à paisana, começaram a bater e a prender”, disse Adolfo Campos.

Segundo a agencia Lusa, a ação policial provocou pelo menos um ferido, o conhecido “rapper” Luaty Beirão que sofreu ferimentos na cabeça, e um número indeterminado de detidos, acrescentou Adolfo Campos.

A Lusa contactou a comandante provincial da Polícia Nacional, Comandante Bety Franque, que disse estar a receber informações do responsável policial no local, pelo que não dispunha de informações que pudessem confirmar as alegações dos manifestantes.

Ação do Movimento Revolucionário Estudantil

A manifestação foi convocada pelo autodenominado Movimento Revolucionário Estudantil, para exigir o afastamento da presidente da Comissão Nacional Eleitoral e a demissão do Presidente José Eduardo dos Santos.

Os manifestantes começaram por se concentrar no Cazenga, bairro popular situado a norte de Luanda, para rumarem em em direção da Praça da Independência, no coração da capital. A manifestação realiza-se 24 horas depois do mais recente ataque perpetrado por desconhecidos, alguns encapuzados, contra alguns dos organizadores do protesto.

A iniciativa visa o protesto contra a designação de Suzana Inglês para a presidência da CNE, que desencadeou uma série de iniciativas dos três maiores partidos da oposição com representação parlamentar, UNITA, PRS e FNLA, junto do Conselho Superior da Magistratura Judicial e do Tribunal Supremo, onde interpuseram uma providência cautelar, e que foram liminarmente rejeitadas por estes dois órgãos judiciais.

Os organizadores pretendem ainda com o protesto exigir a demissão do Presidente José Eduardo dos Santos, a quem acusam de se manter há 32 anos no poder sem ter sido eleito.

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