Os irmãos Ayob Abdul Satar e Momad Assif Abdul Satar (Nini), assim como Vicente Narotam Ramaya, co-réus dos casos Carlos Cardoso e ex-BCM, foram transferidos na noite de domingo(5) de emergência da cadeia de máxima segurança da Machava para as celas do Comando da Polícia na Cidade de Maputo. Na BO já haviam cumprido parte das suas penas de 24 e 23 anos e meio, respectivamente.
Segundo o Jornal Notícias, a transferência daqueles condenados em 2003 por assassínio e desfalque financeiro ocorre numa altura em que a capital é fustigada por uma onda de sequestros de empresários de origem asiática e consequente exigência de elevadas somas para o posterior resgate, mas as autoridades garantem que não há nenhuma relação entre os dois fenómenos.
Arnaldo Chefo, porta-voz da PRM no Comando da Cidade, limitou-se ontem a confirmar o retorno da dupla àquelas celas, onde cumpriu parte das penas, remetendo qualquer outra questão a “instâncias superiores”. “Somos apenas os depositários dos dois reclusos. As ordens de transferência, razões da decisão e outros dados relacionados com este caso deverão ser solicitados a instâncias superiores ao Comando da cidade de Maputo”, disse.
Por sua vez, Pedro Cossa, do Comando-Geral da corporação, foi mais curto no contacto com a Reportagem do jornal Notícias, afirmando que “O Comando no qual trabalho não falou nada sobre Nini e Ramaya. Estou a saber de si que eles foram transferidos”, disse Cossa.
Entretanto, Samo Gonçalves, Director do Controlo Penal no Ministério da Justiça, disse que os dois condenados foram deslocados para as celas da Polícia na urbe no quadro de “medidas estratégicas de segurança”.
Ele também desmentiu a suposta ligação entre os sequestros de empresários que ocorrem ultimamente na capital a transferência dos considerados mandantes do assassinato do jornalista Carlos Cardoso e da delapidação do extinto Banco Comercial de Moçambique. “Não houve nenhuma tentativa de fuga nem existe alguma relação com raptos. Trata-se apenas de medidas estratégicas de segurança”, palavras de Samo Gonçalves, que acrescentou que os dois ficarão no Comando da cidade “enquanto for necessário”.