A importação de viaturas usadas deverá obedecer a um limite estabelecido em termos do seu número, segundo Taibo Bacar, director geral do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER), ex-Instituto Nacional de Viação (INAV), instituição dependente do Ministério dos Transportes e Comunicações.
A medida deve-se ao facto das mesmas terem um curto período de tempo de vitalidade e por serem importadas sem as devidas peças sobressalentes, o que origina “casos de congestionamento e acidentes por problemas mecânicos”, justificou Bacar, falando esta quinta-feira em entrevista ao Correio da manhã.
Esclareceu que a medida não é banir por completo a sua importação, “porque o poder económico dos moçambicanos é ainda muito diminuto, apesar de contribuírem para o crescimento da economia nacional”.
Taibo indicou mais adiante que a reflexão com vista a legislar-se sobre a matéria está a ser feita pela sua instituição, juntamente com as Alfândegas de Moçambique e o sector empresarial privado, encabeçado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Ainda para aquele dirigente, a limitação da importação de viaturas de segunda mão não apenas vai acontecer em Moçambique, “mas é já prática na maioria dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)”.
Zero quilómetro
O director-geral do INATTER falava à margem dos trabalhos de oficialização, esta quinta-feira, da Associação dos Importadores e Distribuidores de Automóveis de Moçambique (AIDAM), cujo presidente é Nuno Sousa, director-geral da companhia Toyota de Moçambique.
Nuno Sousa vincou, entretanto, que a nova agremiação defende a importação de viaturas a zero quilómetro e “não de segunda mão como está a acontecer agora”, como, aliás, está instituído pelo Governo.
A AIDAM é constituída por 10 companhias credenciadas pelo Governo para importação de uma média anual de 4500 automóveis. Frisa-se que a cidade do Maputo dispõe de 57,1% dos cerca de 350 mil automóveis em circulação em Moçambique