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Estudo nos macacos amplia esperança por vacina contra o HIV

Uma vacina experimental ajudou a proteger macacos contra uma forma especialmente letal do vírus de HIV/SIDA, aumentando as esperanças quanto à criação de uma vacina eficaz para humanos, disseram os pesquisadores dos Estados Unidos, esta Quarta-feira.

A vacina reduziu em 80 por cento o risco de contaminação entre os macacos expostos a uma versão símia do vírus, segundo o relato publicado pela revista Nature.

Entre os animais que foram contaminados, a carga viral no sangue era menor. “É um importante avanço no conhecimento”, disse, ao telefone, o médico Anthony Fauci, director do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas dos Estados Unidos.

Os cientistas ficaram especialmente animados porque o estudo contribuiu com a identificação de uma parte importante do sistema imunológico que é necessária para haver protecção contra o vírus HIV, que causa o SIDA.

O resultado é tão promissor que os pesquisadores já planeiam testar a vacina nos humanos, próximo ano. Actualmente, não existe vacina contra a SIDA, mas em 2009 um estudo com 16 mil pessoas na Tailândia mostrou, pela primeira vez, resultados animadores.

No caso da vacina testada nos macacos, foram usadas versões atenuadas de dois vírus comuns, o adenovírus (que causa resfriados) e o vírus da varíola.

Eles serviram de veículos para a administração do antígeno do vírus da imunodeficiência símia (SIV), provocando uma reacção imunológica.

“As vacinas que testamos tinham uma ampla experiência na prática clínica, o que significa que a transição do trabalho com animais para o trabalho com humanos será muito fácil”, disse o coronel Nelson Michael, director do Programa Militar de Pesquisas com o HIV, no Instituto Walter Reed de Pesquisas do Exército dos EUA, que participou no trabalho na Tailândia e no novo estudo.

Depois de vacinar os macacos, a equipe expôs-lhes a uma versão agressiva do SIV. Depois de repetidas exposições, a maioria dos macacos acabou por ficar contaminada, mas mesmo nessas circunstâncias, a vacina ofereceu uma protecção adicional.

“Vimos duas coisas que foram realmente importantes. Uma protecção contra a infecção, mas mesmo nos animais que ficavam infectados vimos níveis reduzidos do vírus”, disse Michael.

Em seguida, a equipe realizou exames para descobrir a parte do sistema imunológico dos macacos que havia sido activada. Eles descobriram que o “envelope” dos genes, usado pelos vírus para penetrar nas células, era crucial na protecção dos animais.

“Essa vai ser a âncora para a próxima geração de vacinas que irá nos impulsionar para além da pesquisa da Tailândia”, disse Michael. Ele alertou que os estudos com humanos só devem começar em Janeiro de 2013.

O grupo mantém uma estreita colaboração com o laboratório Crucell, unidade da Johnson & Johnson. Cerca de 34 milhões de pessoas são portadoras do vírus HIV no mundo e mais de 25 milhões já morreram em decorrência do SIDA desde a década de 1980, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

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