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Billy Domingo um dos criadores do Festival de Jazz de Maputo

Billy Domingo um dos criadores do Festival de Jazz de Maputo

Vamos criar postos de trabalho e deixar conhecimentos na área musical

– promete Bill Domingo, produtor do Moçambique Jazz Festival

Malcom Domingo, da ESP África, carinhosamente tratado por Bill Domingo, é uma figura incontornável nas lides de jazz. É-o não porque os seus ouvidos são afinados e fazem-no consumir o jazz sem dele se fartar. É um nome a não descurrar porque Bill Domingo é um dos responsáveis pelo Festival de Jazz de Cape Town que este ano assinala dez anos de existência.

E, havendo a ponte entre o Cape Town Jazz Festival e o Moçambique Jazz Festival que este ano vai na segunda edição, Bill esteve entre nós há dias para melhor se inteirar da realização da segunda edição do festival moçambicano que já está a merecer comentários favoráveis na região austral.

Numa conversa que nos concedeu num dos hotéis da capital, Bill garantiu duas coisas: o sucesso que será o festival, avaliando pelo impacto criado no ano passado e a mudança do lugar, da cidade da Matola para o Parque dos Continuadores, onde se pensa sejam criadas outras condições. Haverá mais participação de grupos moçambicanos e o palco será apenas um, onde vão desfilar nomes os sonantes do jazz e os principiantes.

Formar produtores para o futuro

Sempre bem disposto e a soltar sorrisos de forma interminável, Bill Domingo garante que a sua vinda a Moçambique, em trabalho, tem como objectivo final transmitir experiências e garantir que nos próximos anos o festival seja encabeçado pelos moçambicanos.

Como produtor, como é que concebe a troca de experiências?

Julgo que é salutar porque uma ideia que assenta nestes trabalhos é a transmissão das experiências nesta área com vista a permitir que nos próximos anos o festival esteja nas mãos dos moçambicanos. Fui convidado para aqui e nutri uma simpatia pelo jovem Nelson Camal. Disse a ele: ” vem para juntos trabalharmos que em quatro anos te irei ensinar o que é fazer a produção e a trabalhar nesta área”.

Que nomes estarão em palco?

Uma das referências a trazer para o Moçambique Jazz Festival são os Spyro Gyra. Talvez o Ringo, mas a base será feita pelos moçambicanos.

Que benefícios trará o festival para Moçambique?

Os benefícios que advêm da realização de um festival de jazz, obviamente que são grandes. Não é a ESP que ganha é a comunidade. Ganha por poder ver e ouvir boa música, ganha por poder ter a oportunidade de comercializar os seus produtos e ganha pela criação de postos de emprego ao longo dos dias em que irão decorrer os preparativos do festival.

Em termos de bandas moçambicanas, quem irá participar?

As perspectivas de participaçào de muitas bandas moçambicanas são muitas. Aliás, um dos objectivos deste festival é justamente criar esta marca do jazz à base de moçambicanos. Em Cape Town estarão Jimmy Dludlu, Moreira Chonguiça, Ívan Mazuze, Stewart Sukuma, Loading Zone, Napalma e 340 ml. Obviamente que alguns deles virão para cá e se juntarão a outras bandas moçambicanas.

Os custos para a produção de um festival desta natureza são elevados…..

Claro que são elevados. É preciso implementar gradualmente o espírito do envolvimento comunitário. Temos a Moçambique Celular que está a patrocinar o festival. Mas há a necessidade de ter mais sponsors, como acontece noutros festivais. Mas isso é um processo.

A primeira edição do MJF teve lugar na Matola. Ouvimos dizer que o local irá mudar. Será verdade?

Sim, vamos mudar o local do festival.

E onde é que será?

Querrenos fazer Parque dos Continuadores.

Porquê a escolha daquele local?

Olha, o parque tem muitas vantagens. As pessoas podem sair do festival e irem continuar a sua diversão na baixa da cidade, podem dirigir-se a outros pontos. E é acessível o lugar.

Quantas pessoas esperam ter no festival?

É difícil falar da quantidade das pessoas que irão para o festival. Mas se lá estiver um número considerável, ficaremos contentes. Podemos falar de cinco mil pessoas e aparecerem mais. Quanto mais gente vier melhor, porque queremos criar o hábito de ouvir o jazz nas pessoas, educar a juventude e para tal temos que ter uma mistura de vários ritmos. Poderão perguntar: Lizha James canta jazz? Eu perguntarei: e o funk, o pop dos Spyro Gyra? As guitarradas do Jimmy….essa mistura de ritmos é que faz a festa.

Um dos constragimentos vividos no ano passado pela plateia foram as constantes movimentações de um palco para o outro. Voltaremos a ter esta “amarga” experiência?

Não. Este ano os músicos vão cantar no mesmo palco. Principiantes, conceituados, todos vão partilhar o mesmo palco.

Outra novidade?

Sim. Teremos um disc jockey muito bom que irá divertir as pessoas no intervalo entre as bandas. Por exemplo, o guitarrista está a montar a guitarra, nesse período haverá um animador para a plateia.

Em termos de educação, troca de experiências haverá muita coisa?

É preciso ter presente que uma das perspectivas é também criar o gosto pela música jazz na juventude. E estando no palco com uma mistura de bandas que tocam jazz, funk e outros estilos, obviamente que passamos a educar o ouvido dos jovens e eles passarão a comprar. No ano passado tivemos os Freshley Ground, os Peace of Dreams e o Jimmy Dludlu. São estilos diferentes e isso conforta as pessoas. Ainda nesta área de troca de experiências vamos criar condições para que os Spyro Gyra sentem com os músicos moçambicanos, conversem, discutam sobre as suas histórias, vida musical. Isso ajuda muito a perceber o lado profissional dos músicos. Esperamos levar os grupos de jazz para a Escola de Música para conversarem com os jovens principiantes.

O jazz não é, certamente, um dos estilos que agita, movimenta as pessoas. Como é que pensa criar interesse nas demais pessoas que não apreciam este estilo?

O jazz tem essa capacidade de gradualmente ir influenciando as pessoas. E acredito que com a diversidade que pretendemos trazer, levar para o Parque dos Continuados, poderemos despertar este interesse nas pessoas. Eh, Judith Sephuma, Jimmy Dludlu, Moreira Chonguiça? Isso tudo é boa música e que movimenta gente. Portanto, acredito que através do cartaz possamos influenciar as pessoas a irem ao jazz.

 

 

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