Os egípcios voltaram às urnas, esta Quarta-feira, para as eleições parlamentares depois de cinco dias de violência no Cairo, confrontos que deixaram um péssimo clima na transição à democracia e provocaram críticas dos Estados Unidos às forças de segurança egípcias.
A praça Tahrir, palco dos protestos, e as ruas próximas estavam tranquilas durante a noite pela primeira vez, esta semana. Na noite anterior, policiais e soldados haviam usado gás lacrimogêneo e cassetete para empurrar para fora da praça os manifestantes, que pediam o fim do governo militar.
Os mais recentes confrontos, em que 13 pessoas morreram, ressaltaram a turbulência presente na primeira eleição no Egito desde que o presidente Hosni Mubarak foi derrubado do poder em Fevereiro. Mesmo antes da votação começar em novembro, a agitação na praça Tahrir deixou 42 mortos.
Nove províncias, na maioria fora da capital, realizaram votações de segundo turno, Quarta e quinta-feira. A eleição egípcia ocorre em várias etapas, durante seis semanas, e termina em janeiro.
O conselho militar que assumiu o poder após a queda de Mubarak disse que não deixará que a transição saia do rumo e prometeu entregar o poder ao presidente eleito em julho. Mas manifestantes na praça querem que o Exército volte aos quartéis antes disso.
“Se Deus quiser, completaremos a revolução até 25 de janeiro, derrubando o conselho militar”, disse um manifestante de 25 anos, Mahmoud. A insurgência contra Mubarak começou a 26 de janeiro e durou 18 dias.