Cerca de 62% de pouco mais de 11,5 milhões da população moçambicana economicamente activa não têm nenhuma qualificação profissional, 90% dos mesmos trabalhadores concluíram a nona classe e apenas 1,3% tem o nível secundário feito, segundo a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Por outro lado, 33,7% da população economicamente activa trabalham por conta própria e 11,1% são assalariados, dos quais 4,1% do sector público, de acordo ainda com um documento da CTA apresentado há dias durante a Bolsa de Emprego sobre as tendências do mercado em Moçambique, organizada pelo Instituto Cultural Moçambique-Alemanha/Goethe Centro em coordenação com o Ministério do Trabalho.
O mesmo documento aponta ainda haver pouca experiência profissional nos trabalhadores moçambicanos, “o que, aliado à reduzida oferta de formação profissional, resulta numa fraca empregabilidade”.
Quanto às características do mercado do trabalho, a CTA indica haver alto índice de desemprego e sub-emprego, pouca capacidade de a economia gerar novos postos de trabalho em número suficiente para absorver os desempregados, “incluindo os jovens que anualmente atingem a idade activa”.
Baixa oferta de formação profissionalizante e redução do peso do Estado como empregador constituem outras características do mercado do trabalho que tem como principal desafio para promover o emprego a melhoria do ambiente de negócio que permitirá o desenvolvimento das pequenas e médias empresas, principais criadoras de emprego.
“Isso significa reduzir as inspecções múltiplas, simplificar o sistema fiscal e facilitar o acesso ao crédito”, enfatiza a Confederação das Associações Económicas de Moçambique no seu documento sobre as tendências do mercado em Moçambique.