A Polícia da Republica de Moçambique (PRM) desactivou, na tarde de Quarta-feira última, no bairro de Esturro, cidade da Beira, a capital da província central de Sofala, um esconderijo de chapas de cobre e condutores eléctricos do mesmo metal.
O material que se encontrava armazenado ilegalmente numa garagem está associado aos roubos e sabotagens às redes eléctricas denunciados pelas empresas Cornelder de Moçambique (empresa que gere o Porto da Beira) e a Electricidade de Moçambique (EDM).
Para além do material eléctrico e chapas de cobre, a polícia encontrou no local sacos contendo invólucros retirados do antigo paiol de Matadouro.
Em conexão com a operação, segundo escreve o jornal “Diário de Moçambique”, pelo menos três pessoas, nomeadamente, a dona da garagem e seus dois empregados, estão sob custódia policial.
Os dois empregados, na altura da apreensão do material, estavam a vender, pois, para além de esconder e armazenar o produto extraviado, a garagem servia para venda de cimento e compra de ferro velho, vulgo sucata.
São escassos os dados sobre o verdadeiro dono do material descoberto, mas localmente circulam informações dando conta de que pertence a uma mulher com residência na cidade de Maputo, que teria alugado a garagem para servir de estabelecimento para a compra de cobre e sua armazenagem antes de ser transportado para Maputo.
A dona da garagem, que simultaneamente é patroa dos dois rapazes detidos e empregada da arrendatária do seu imóvel, revelou que teria sido contactada por tal mulher para comprar e armazenar aquele tipo de material. Referiu que, para além dela, uma outra mulher, cuja identidade também não revelou, contratou-a para os mesmos efeitos.
“Eu vendo cimento, mas quando a senhora de Maputo me contactou para alugar a minha garagem, contratou-me para comprar e armazenar este tipo de material. Não sabia que era algo proibido por lei. As peças da Cornelder, que foram encontradas, chegaram terça-feira” – disse a proprietária do imóvel, sem revelar o nome da sua patroa de Maputo.
O jornal refere que a descoberta do cobre roubado nas duas empresas foi possível graças a uma denúncia feita por um comprador de cimento aos agentes de segurança privada que guarnecem o Porto da Beira, nomeadamente a W. Power e a 10ª Esquadra da Policia, situada também no Porto da Beira.
“A partir dessa altura, fez-se um esquema para se chegar até ao local e quando de facto se chegou vimos as chapas de cobre roubados no porto, condutores de cobre da EDM e vários sacos contendo invólucros”, explicou um agente da W. Power.
Jorge Ucucho, jurista da empresa Cornelder de Moçambique, que se deslocou ao local da apreensão do material, disse que a empresa tem estado nos últimos tempos a sofrer uma onda de arrombamentos de contentores no Porto da Beira, sendo o cobre em trânsito o produto mais extraviado.
Entretanto, o director regional centro da empresa Electricidade de Moçambique, Neves Xavier, afirmou que o material encontrado está acima de uma tonelada, constando condutores, cabos e transformadores de cobre.
“Estamos a falar de prejuízos acima de dois milhões de meticais. Portanto, são prejuízos enormes”, disse Xavier, acrescentando que até ao presente momento a única pessoa indiciada no extravio do material é a dona da garagem.