A corrupção, criminalidade, sistema de transporte incipiente, acesso limitado ao crédito e burocracia excessiva continuam a constituir entraves à melhoria do ambiente de negócio em Moçambique, segundo resultados da pesquisa desenvolvida pela empresa KPMG apresentados, esta quarta-feira, no Maputo.
Os factores são tidos como constrangimentos enfrentados para o investimento do sector privado, segundo os mesmos resultados apurados em questionários respondidos por mil empresas a nível nacional caracterizando o ambiente económico, a identificação dos maiores obstáculos ao investimento e os elementos fundamentais que afectam o crescimento sustentado do sector empresarial.
Em 2011, o Índice do Ambiente de Negócios fixou-se em 102,21%, o que representa um crescimento de 0,71 ponto percentual relativamente a 2010, reflectindo um crescimento de 2,21%, em relação a 2005, tido como o ano base para efeitos de computação dos índices.
Segundo Paulo Mole, da KPMG, os factores ligados às infra-estruturas e serviços estão no topo do ranking por grupo de factores, posicionamento impulsionado pelas variações positivas de factores específicos como caminhos- de-ferro e estradas.
Deterioração & perspectivas
A deterioração das percepções sobre o ambiente de negócios em 2011 é derivada pelos factores ligados aos actos de governação, Governo e mão-de-obra, destacandose, entre eles, a corrupção, criminalidade e incidência do HIV/SIDA, malária e outras doenças.
Mole indicou, por outro lado, que Manica figura no Índice de Ambiente de Negócio de 2011 como região com 120,14% de índice, o que é incremento em cerca de 23,61 pontos percentuais, face à edição anterior, apresentandose Inhambane na segunda posição com 105%, enquanto a província do Maputo registou um baixo índice de 94,89%.
Em termos sectoriais, os maiores índices de confiança foram registados nas áreas de banca, lesiang e seguros, energia e comercialização de combustíveis, níveis que vêm sendo mantidos desde a edição anterior.
Na análise em função do tamanho da firma, o índice 2011 revela que grandes empresas lideram os resultados, ocupando as pequenas empresas o segundo lugar e as médias a terceira posição.
Em termos de perspectivas, os dados indicam que 75,1% dos agentes económicos entrevistados acreditam numa melhoria global dos negócios em 2011.
A divulgação dos resultados da pesquisa da KPMG contou com a participação do ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga.