O conceituado escritor moçambicano, Raul Alves Calane da Silva, acaba de arrecadar 25 mil dólares americanos, ao se afigurar como vencedor do Prémio José Craveirinha edição 2010. O autor do eterno “Xicandarinha na lenha do mundo” passa a ser o primeiro artista a ser congratulado por este galardão que, desde já, se afigura como Prémio Carreira.
Trata-se do maior galardão artístico no espaço nacional moçambicano que é dinamizado pela Associação dos Escritores Moçambicanos e a Hidro-eléctrica moçambicana Cahora Bassa (HCB).
De acordo com os mentores da iniciativa, “este galardão tem em vista agraciar um cidadão moçambicano que, ao longo da sua vida, se tenha destacado na participação e na contribuição para o desenvolvimento das artes e letras do nosso país”. Esta segunda-feira, no contexto das celebrações da Semana da Hidroeléctrica Cahora Bassa, na Cidade Central de Tete, tornou-se público o facto.
Depois de uma séria análise, personalidades de reconhecido mérito na cena da literatura moçambicana, como Ungulani Ba Ka Khosa (presidente), Aurélio Furdela, Lucílio Manjate, Jorge de Oliveira (representante da AEMO, sem direito a voto) que constituíram o corpo de júri concluíram que Calane da Silva “respondia ao disposto no Regulamento do Prémio no que se refere a Regularidade da carreira; Presença contínua e prolongada de publicações; Impacto das publicações; Publicações recentes; Mais-valia para a literatura decorrente do seu trabalho”, daí a sua eleição.
Ao mesmo tempo que a sua escolha – como acrescenta um documento em poder do @Verdade – “teve o facto do escritor indicado possuir um número de publicações que teve impacto salutar na vida literária nacional e, inclusive, universal”.
Calane da Silva é uma personalidade incontornável, que dispensa apresentação, basta recordar que referir que o seu activismo encontra-se mencionado em (quase) todas as manifestações artísticas, de a literatura, o jornalismo, o teatro e o cinema.
Obras publicadas
Calane da Silva é um dos criadores da mais antiga agremiação literária no país, a Associação dos Escritores Moçambicano (AEMO). Dentre outros constam na sua produção literária as obras, como “Kulimar a palavra, Gil Vicente, Folgazão racista, O estilo Craveirinha, Tão bem palavra, A escrita de Anton, Ao mata-bicho, Kulimando saberes, bem como, no campo da ficção, Dos meninos da Malanga, Xicandarinha na Lenha do mundo, Lírica do imponderável e outros poemas do ser e estar, Nyembete ou as cores da lágrima, Gotas de sol, Pomar e Machamba de palavras, João à procura da poesia, estas últimas que prefiguram uma espécie de literatura infantil.