Milícias tribais contrárias ao presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disseram ter atacado um quartel ao norte da capital e aprendido armas, na segunda-feira, enquanto autoridades relataram que o Exército matou 20 militantes no turbulento sul do país.
Hameed Asim, líder da milícia tribal envolvida na escaramuça com as forças da Guarda Republicana (tropa de elite do Exército, dirigida por um filho de Saleh), contou que os seus homens mataram vários soldados antes de baterem em retirada. Asim disse que sete milicianos morreram.
Os grupos tribais e as forças do governo têm travado sucessivos combates na região de Arhab, como parte da rebelião popular iniciada há dez meses contra Saleh, e que agora ameaça degringolar para uma guerra civil. No sul, o Exército matou 11 militantes islâmicos ao fazer disparos contra suas posições nos arredores de Zinjibar, capital da província de Abyan, segundo uma autoridade tribal.
Militantes acusados de ligação com a Al Qaeda dominam partes de Abyan, aproveitando-se da instabilidade política no Iêmen, país mais pobre da Penínisula Arábica. O impasse político também reacendeu conflitos separatistas, e a situação causa preocupação nos EUA e na vizinha Arábia Saudita.
Saleh, no poder há 33 anos, tenta apresentar-se a esses governos como única alternativa confiável para evitar uma ascensão da Al Qaeda. Em outro local de Abyan, as forças do governo mataram três supostos militantes durante as buscas pelos responsáveis por um atentado que matou dois transeuntes na segunda-feira, segundo o site do Ministério da Defesa. A bomba fora deixada numa rua da cidade de Mudiyah, aparentemente em retaliação por um ataque anterior, no mesmo dia, em que forças do governo mataram seis militantes e capturaram um líder da Al Qaeda local, segundo o site.
A oposição iemenita diz ter concluído um acordo pelo qual Saleh entregaria o poder ao seu vice. Saleh já recuou três vezes de aderir a uma iniciativa de países do golfo Pérsico que tentam mediar o fim da crise, a qual é parte da chamada Primavera Árabe.
A crise deixa a economia do Iêmen praticamente paralisada, já que eventualmente os confrontos interrompem a produção de petróleo, maior fonte de rendimentos do país, que depende disso para a importação de alimentos.