O sector do algodão empregou, entre 1975 e o primeiro semestre de 2011, cerca de 20 mil assalariados moçambicanos, segundo o Instituto Nacional de Algodão de Moçambique (IAM), realçando que a produção daquela cultura de rendimento poderá contribuir para atenuar os impactos da crise económico-financeira no país, “por estabilizar o preço do óleo alimentar fabricado a partir daquele produto”.
No global, o sector conta com 12 empresas vocacionadas ao descaroçamento, armazenamento e importação de equipamento de produção, de acordo com Norberto Mahalambe, director do IAM, salientando ainda que “cada empresa algodoeira representa um investimento de não menos de cinco milhões de dólares norte-americanos”.
Mahalambe acrescentou que a cultura do algodão é praticada por mais de 300 mil famílias, “representando fonte segura de rendimento para mais de 1,5 milhão de habitantes rurais”, realçando ainda que os produtores daquela cultura de rendimento revelam-se entre os que mais cereais e leguminosas produzem, “graças ao acesso à assistência técnica que as empresas providenciam no âmbito da extensão privada”.
Para além do aproveitamento da fibra para fins têxteis e hospitalares, a semente de algodão “constitui hoje a maior fonte doméstica de óleo alimentar extraído pelas indústrias em Moçambique”, segundo igualmente Noberto Mahalambe, ajuntando que os subprodutos da semente daquele produto são também usados para produzir sabão e bagaço para alimentação de gado.
Para Mahalambe, “Moçambique já ultrapassou a fase tenebrosa da cultura do algodão, tendo atingido a chamada fase contemporânea de produção do algodão”, explicando que o sucesso conseguido por aquele sector deve-se ao facto de o desenvolvimento da cultura estar “fortemente concertado entre produtores, Associação Algodoeira de Moçambique e o sector público em geral”.