Um incêndio de grandes proporções deflagrou esta quinta-feira, nas imediações da fábrica de óleos e sabão maeva, na cidade da Matola. As fortes labaredas acompanhadas de fumaça negra fizeram-se sentir por volta das 17 e só foram extintas mais de uma hora depois.
Segundo informações colhidas no local a partir de testemunhas, tudo começou quando dois supostos trabalhadores da fábrica de sabão faziam uma limpeza perto do reservatório de detritos (óleos fora do uso, gordura e outros líquidos inflamáveis), os homens cortavam o forte capim que cercava o riacho de líquidos altamente inflamáveis. Para o melhor escoamento de resíduos líquidos drenados naquele riacho, os supostos trabalhadores da maeva, tentavam abrir uma valeta e queimar o capim seco.
Convencidos de que o fogo provocado não atingiria grandes proporções, os homens retiraram-se do local, no entanto, minutos depois libertou-se uma fumaça negra ao mesmo tempo que as chamas tomavam conta daquele espaço baldio e a escassos metros de residências.
Os moradores que se viram na obrigação de inalar o intenso fumo começavam a esconder-se dentro das suas residências enquanto os cidadãos mais curiosos e incautos aproximavam-se do local para ver in loco o que estava a acontecer.
O incêndio era tão forte de tal maneira que acabou deixando preocupados e sob forte tensão os proprietários de uma fábrica ainda em montagem ao lado da fabrica de sabão. Os guardas da referida empresa logo que se aperceberam da gravidade da situação trataram de ligar para o director da firma, o qual se fez imediatamente presente. Quando as labaredas se intensificavam aquele responsável via a sua vasta gama de máquinas ainda não operacionais em risco de ser consumidas pelo fogo, ligou várias vezes sem sucesso para a linha verde dos bombeiros, a resposta foi a de sempre: o número para o qual ligou não está acessível do momento.
Por outro lado, os responsáveis da maeva tentavam ligar sem sucesso, até que o director dos Recursos Humanos que também fora chamado para o local, dirigiu-se pessoalmente à sede do Corpo de Salvação Pública na cidade de Maputo. Tiveram que passar mais 90 minutos sem que os bombeiros se fizeram ao local, se fosse um incêndio das mesmas proporções por entre as residências, certamente que muitas pessoas teriam sido consumidas pelas fortes chamas e só mais tarde o Corpo de Salvação Pública far-se-ia presente, o que já virou um modus operandi daqueles que deveriam intervir o mais rapidamente possível nestas situações.
Dada a gravidade da situação o Corpo de Salvação Pública despachou cerca de dez homens em dois camiões cisterna para o local. O chefe de turno do CSP, Gustavo Nhavoto, disse que só foram comunicados da situação por volta das 18, pouco depois de o chefe da maeva ter chegado a sua instituição, “pensávamos que o incêndio fosse na Lalgy”, talvez fosse por reconhecer o poderio daquela empresa de camiões cavalos que os bombeiros despacharam ao local dois camiões cisterna cheios de água.
O facto mais curioso é que os homens da salvação pública a despeito de trazerem camiões cisternas cheios de água, não tinham escadas para poderem subir e dispersar a água sobre o riacho de detritos inflamáveis. O dono da empresa na iminência de ser afectada é que os socorreu com as suas escadas.
Entretanto, o director de Recursos Humanos da maeva que fora solicitado ao local para se inteirar da situação, disse não saber a origem do fogo, suspeitando pessoas desonestas que tenham ateado o fogo no local. Este responsável que declinou se identificar disse ainda que a sua instituição não foi afectada pelo incêndio, mas faltava pouco para o efeito, graças a intervenção dos bombeiros que extinguiram as fortes chamas.
Até o momento ainda não se conhecem as reais causas do incêndio que se supõe tenha sido provocado por uma queimada descontrolada próximo de uma “lixeira” de produtos altamente inflamáveis. Durante uma hora e meia as populações circunvizinhas viam-se de baixo de um pânico que só acabou quando o fogo foi completamente extinto por volta das 18h30.