Tanques sírios encurralaram um bairro antigo na cidade de Homs este sábado e três pessoas foram mortas, disseram ativistas, depois de um dos dias mais sangrentos nos sete meses de levante contra o presidente Bashar al-Assad.
Ativistas e moradores disseram que as forças sírias mataram 40 civis na sexta-feira, quando dispararam contra manifestantes que pediam proteção internacional da repressão de Assad. Um grupo ativista disse que uma luta feroz começou em Homs na noite de sexta-feira entre dezenas de desertores do exército e forças leais a Assad. Dezessete soldados foram mortos quando os desertores atacaram dois postos de segurança na cidade.
As Nações Unidas disseram que 3.000 pessoas, incluindo cerca de 200 crianças, foram mortas na rebelião. Desde o início dos protestos, em março, as autoridades sírias atribuem a violência a homens armados que, segundo disseram, mataram 1.100 soldados e policiais.
A Síria proibiu a entrada de grande parte da mídia externa, o que torna difícil verificar os relatos de ativistas e autoridades.
A resiliência dos manifestantes, a determinação das autoridades em reprimir a dissidência e o número cada vez maior de desertores fizeram dos distúrbios na Síria um dos confrontos mais intratáveis dos levantes árabes deste ano.
O Observatório Sírio disse que três civis morreram em Homs na manhã de sábado, um deles morto por um tiro disparado por um franco-atirador e os outros dois em uma troca de tiros entre forças de Assad e desertores. Os moradores disseram que tanques foram usados para atingir alvos no solo e metralhadoras no bairro de Bab Amro. Explosões e tiros também eram escutados em bairros vizinhos, segundo ativistas.
PEDIDO ÁRABE
A violência de sexta-feira fez com que ministros árabes emitissem o pedido mais forte até agora para que Assad coloque fim à matança de civis. O comitê da Liga Árabe sobre a crise síria disse que enviou “uma mensagem urgente… para o governo sírio, expressando seu descontentamento sobre a matança continuada de civis sírios”.
O comitê expressou “a esperança de que o governo sírio agisse para proteger os civis”. Ministros árabes devem se reunir com autoridades sírias no domingo, no Catar, para pressionar por diálogo entre o governo e a oposição.