Moçambique pretende “atacar”, nos próximos tempos, a China como mercado emissor de turistas para alavancar o desenvolvimento do sector turístico no país.
O ministro moçambicano do Turismo, Fernando Sumbana, disse, recentemente, que, actualmente, “temos turistas chineses, mas não são aqueles de lazer, são turistas de negócios, e isso vai-nos levar a desenvolver infra-estruturas que possam responder a esse segmento de turistas”.
Segundo aquele responsável, turistas de lazer têm exigênciais especiais em termos de infra-estruturas e daquilo que o país pode oferecer, para que se sintam bem e voltem mais vezes.
Sumbana assegurou que Moçambique está a fazer das potencialidades turísticas do país um meio eficaz de luta contra a pobreza absoluta, uma das principais apostas do actual Executivo moçambicano.
Referiu que o turismo em Moçambique continua a desenvolver-se de forma positiva, apesar de nos últimos tempos terem aparecido, por exemplo, indústrias de gás e de carvão, com escalas maiores, envolvendo, em alguns casos, investimentos de biliões de dólares norte-americanos.
“Os empreendimentos turísticos são, normalmente, de pequena e média dimensões, cujo impacto se espalha por todos os cantos e beneficia todos, enquanto que as outras indústrias têm um impacto mais macro, ou seja, as suas receitas são distribuídas por escolas ou outros sectores de actividade, e não tanto pelo seu próprio circuito de desenvolvimento”, salientou o ministro.
Fernando Sumbana recordou que o Governo continua a atrair investidores para o sector turístico, sendo por isso que não “há nenhuma província onde não tenhamos novos investimentos.
Temos hoje investimentos de referência em muitas províncias do nosso país”. Contudo, reconheceu que há províncias que têm muito potencial turístico, “mas o ritmo de desenvolvimento do turismo nessas províncias não está a corresponder às nossas expectativas”.
Presentemente, o Estado moçambicano está a trabalhar “fortemente” na questão do transporte aéreo tanto interno como internacional para facilitar o acesso a locais turísticos.
“Os turistas gostam de viajar fazendo uma ligação directa e quando muito fazer uma segunda, mas neste momento, a maioria dos nossos turistas internacionais deve estar a fazer duas ou três ligações, e em alguns casos chegam a fazer três dias de viagem para chegar ao nosso destino”, realçou o governante.
O ministro do Turismo explicou que, por exemplo, quem vem da Alemanha e pretenda ir às ilhas Quirimbas, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, tem de ir a Joannesburgo, na África do Sul, e de lá para Maputo, donde parte para Pemba (capital provincial de Cabo Delgado) e só depois é que vai às Quirimbas.
Entretanto, para Fernando Sumbana, a pressão dos turistas já está a induzir o Estado a fazer novos investimentos, sobretudo na área dos transportes, de modo a que se possa ter uma dinâmica que esteja à altura da demanda dos turistas.
Segundo o ministro, esta demanda resulta do esforço que o Ministério do Turismo tem vindo a fazer na identificação e atracção de mercados emissores, sendo, por isso, que “hoje temos turistas maioritariamente provenientes da Europa”. “Temos também turistas dos Estados Unidos da América e do Japão e, como disse, queremos agora atacar o mercado chinês”, sublinhou.
Dados oficiais estimam em 1.717.895 o número de turistas que visitaram Moçambique em 2010, cifra que, entretanto, representa uma diminuição face a 2009, ano em que o país acolheu cerca de 2.4 milhões de visitantes.