O recenseamento eleitoral, que decorre desde o dia 13 de Outubro corrente, está a ser marcado por irregularidades, na óptica do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Semana passada, o porta-voz daquele partido, veio ao público enumerar uma série de atropelos à lei, algo que está a ser protagonizado pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, STAE.
No meio destas irregularidades figuram a falta de consideração das reclamações dos fiscais daquele partido, afectos aos postos de recenseamento, detenção de fiscais, recenseamento paralelo, etc, só para citar alguns exemplos.
E, esta Segunda-feira, após uma ronda efectuada a alguns postos de recenseamento eleitoral da cidade de Quelimane, por sinal a verdadeira capital destas eleições intercalares marcadas para 7 de Dezembro próximo, Daviz Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique, diz que as coisas não estão bem.
Simango disse a jornalistas que há muitas irregularidades neste processo de recenseamento ou actualização de cartões dos eleitores. A fonte fez saber que em Niassa, por exemplo, um dos círculos eleitorais onde o partido tem um candidato, o recenseamento é feito duma forma paralela e as máquinas (algumas), estão montadas nas casas dos membros das assembleias provinciais, sobretudo os da Frelimo.
Naquela parcela do país, Daviz Simango disse também que os régulos estão a ser usados para acolher postos de recenseamento, tudo em benefício do partido no poder. Em Cuamba, por exemplo, há um posto de recenseamento nocturno que funciona na casa da senhora Maria Chumahumo que, por sinal, é um regulado. Em Mecupa Central, na casa do falecido fumo, também funciona um posto de recenseamento. Estes são apenas exemplos de que o processo não está bem como se pensa.
Naquela cidade, o líder do MDM diz que os jovens estão a ser impedidos de recensear-se, temendo que estes, como maioria, venham a votar no seu candidato.
Em Quelimane, a fonte disse que está claro que o STAE proibiu os brigadistas a fornecer informação aos fiscais, referente ao dia. Com isso tudo, o líder do MDM diz que o seu partido está atento e não vai cair nestas tentações do STAE em coordenação com o partido no poder que se sente aflito.
Conforme explicou Simango “o STAE e as Comissões Províncias de Eleições estão claramente ao serviço do poder, dai que é preciso trabalhar”- rematou.
Quando questionado sobre o possível estancamento das possíveis fraudes, o líder do MDM disse que o partido está a trabalhar, dai que é preciso que a população olhe e sentencie estas manobras que vêm sendo protagonizadas pelos órgãos eleitorais.
Directora do STAE em Quelimane nega acusações
Depois destas “bombas” lançadas por Daviz Simango, a Reportagem do Diário da Zambézia procurou ouvir a parte acusada, neste caso o STAE ao nível da cidade de Quelimane.
A respectiva directora, Florência Tomo, diz não ter conhecimento de tudo o que o líder do MDM tem vindo a falar. Conforme explicou com toda auto-estima, o processo ao nível da cidade de Quelimane vai bem, dai não haver queixas.
Segundo a fonte, o seu gabinete ainda não recebeu reclamações em volta do processo, dai que tudo o que é falado não passa de estratégia politica.
Entretanto, uma fonte da Comissão Provincial de Eleições na Zambézia disse, em confidência, que, de facto, havia essa ordem por parte do STAE de não dar dados aos fiscais, mas a situação ficou sanada.
A mesma fonte não revelou as motivações, mas assegurou que a mesma orientação havia sido dada pela chefia do STAE.